Taizé: Basiléia sediará próximo Encontro de Jovens Europeus


Riga (RV) – Basiléia, na Suiça, sediará o 40º Encontro Europeu de Jovens promovido pela Comunidade Ecumênica de Taizé.

O anúncio foi dado pelo Prior Ir. Alois ao final da 39ª edição do encontro concluído em Riga, capital da Letônia, e que até 1º de janeiro reuniu milhares de jovens católicos, ortodoxos e protestantes, provenientes até mesmo da Coreia do Sul e de Hong Kong.

Este ano o encontro foi prolongado de forma extraordinária até o dia 2 de janeiro nas cidades de Tallin, na Estônia,  Vilnius, na Lituânia.

Unidade europeia e migrações

Na carta para 2017 divulgada em 30 de dezembro  e intitulada “Rumo à unidade do continente europeu. Diante da chegada dos migrantes superemos o medo”, Ir Alois observa que “um futuro de paz implica que os europeus alarguem a sua consciência para que cresça uma solidariedade entre todos os países que formam o continente. É fundamental – salienta -  multiplicar os contatos, as trocas, as colaborações. A construção da Europa pode realizar-se somente com um maior diálogo, com uma maior escuta entre as nações”.

Para o Prior, as raízes comuns são mais profundas do que as divergências. “A Europa teve um ímpeto de reconciliação depois da II Guerra Mundial” e “conheceu um novo período de busca de unidade depois da queda do Muro de Berlim”. “Muitos jovens – prossegue – acreditam que a Europa continuará a edificar-se somente aprofundando este ideal de fraternidade”.

Uma Europa unida internamente, mas também aberta a outros continentes e solidária com os povos que enfrentam as provações mais difíceis, como os imigrantes. “Em todo o mundo, mulheres, homens e crianças são obrigados a deixar as suas terras. É o sofrimento que os leva a partir, mais forte do que as barreiras levantadas para criar obstáculos à marcha. As preocupações manifestadas nas regiões ricas não desencorajam aqueles que deixam o próprio país devido aos sofrimentos intoleráveis”.

Responsabilidade histórica das nações ricas

“Não é possível – explica Ir Alois – contornar a parte de responsabilidade das nações ricas nas feridas da história e nas crises ambientais que provocaram e provocam imensas migrações, da África, do Oriente Médio, da América Central e de outros lugares”.

“Hoje – observou o religioso - certas políticas econômicas dos países ricos representam fonte de instabilidade em outras regiões. Seria útil agora que as sociedades ocidentais fossem além do medo do estrangeiro, das diferenças entre culturas, e passassem a trabalhar corajosamente o rosto novo que as migrações já oferecem a elas. Se a chegada dos migrantes está ligada à reais dificuldades, a sua vinda pode ser uma ocasião para estimular a Europa a ser aberta e solidária”.

Fraternidade, único caminho para a paz

“Isto vale também – continuou – para as relações entre cristãos e muçulmanos, os quais, graças ao contato pessoal, podem “testemunhar juntos a paz e rejeitar juntos a violência exercida em nome de Deus”.

“Não existe futuro – alertou – nas nações europeias que querem isolar-se. A fraternidade é o único caminho para construir a paz”.

Nas meditações da noite em Riga, que acompanharam as oração, Irmão Alois tratou dos vários temas ligados às tradicionais quatro propostas para o Ano Novo, intituladas, desta vez: “Permanecer firmes na esperança: ela é criadora”, “simplificar a nossa vida para compartilhar”, “estar juntos para revelar a dinâmica do Evangelho” e “fazer crescer a fraternidade para preparar a paz”.

Ecumenismo

Na Vigília do Encontro Europeu, o Prior da comunidade Ecumênica de Taizé também renovou o apelo aos responsáveis pelas Igrejas, para “caminharem juntos”, aproveitando o 500º aniversário do início da Reforma Protestante, que “oferece uma ocasião para avançar rumo à unidade, para ir além de uma simples cordialidade recíproca”.

Neste sentido, sugere às famílias de Confissões diferentes para reunirem-se em “comunidades de base”, para rezar e colocarem-se na escuta da palavra de Deus: “Que cada comunidade local, cada paróquia, faça com os cristãos de outras confissões tudo aquilo que é possível fazer juntos, do estudo da Bíblia ao trabalho social e pastoral, à catequese”.

E os convida a “realizar juntos gestos de solidariedade, estar atentos à miséria dos outros, aos sofrimentos escondidos, aos problemas dos migrantes, à pobreza material e à salvaguarda do ambiente”.

Rezar sob o mesmo teto, na mesma igreja, conduzir o diálogo teológico com a consciência de “já estar juntos”, contribuiria – conclui o Prior – à tornar mais estreita a amizade recíproca e a enfrentar diversamente também as questões doutrinais.

(JE/Osservatore Romano)








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