Jean Vanier: “existe sempre um caminho de esperança”


Cidade do Vaticano (RV) – Para ajudar uma pessoa que foi humilhada a entender o significado do próprio valor é preciso criar “uma cultura da alegria”, “lugares da alegria do encontro, realizar pequenos gestos, como Papa Francisco nos convida a fazer”. Esta a preocupação constante de Jean Vanier, que em 1964 decidiu fundar L’Arche para partilhar sua vida cotidiana com pessoas portadoras de desabilidades. E depois, explica em entrevista publicada no jornal vaticano L’Osservatore Romano, diante dos males do mundo “existe a esperança, existe sempre um caminho de esperança, graças a Jesus”.

Vanier cita a figura de são Francisco, “que passou da repulsa a um encontro que o transformou”, aquele com os leprosos, aos quais revelou “que eram bonitos”. Hoje destaca, “somos levados a vencer, a ter sucesso na vida profissional, a sermos admirados”, a ter vantagem em tudo, mas na realidade, “muitos sentem-se sozinhos, perdidos, à deriva”.

Lugar do sorriso

Aborto e suicídio assistido são dois rostos da cultura do destarte, mas diante da fraqueza “pode-se criar o lugar do sorriso ou o lugar do fechamento. Isto depende, muitas vezes, da vontade de uma só pessoa”. Qual é o ingrediente “mágico” desta vontade? “Na parábola do bom samaritano – responde Vanier -, tenho certeza que o hebreu que foi socorrido mudou. É preciso, pois, em primeiro lugar, uma experiência, mas também uma compreensão, ou seja, uma conscientização que a humanidade evolui, que é importante descobrir que todo ser humano é meu irmão”. Hoje, conclui, “observo um movimento nesta direção”. (SP)








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