Cristãos no Egito: sofrimento por atentados não é recente


Cairo (RV) – Por trás do atentado contra a Catedral copta no Cairo, no domingo, estaria a Irmandade Muçulmana. É o que defende o Ministério do Interior egípcio, segundo o qual a organização teria financiado os autores do ataque.

A comunidade copta-ortodoxa no Egito vive um momento difícil depois do episódio de sangue que matou 25 fieis, a maioria mulheres e crianças, e que não representam eventos. Sobre a atmosfera vivida no Egito com o ataque, a Rádio Vaticano entrevistou Luciano Ardesi, expert em África do norte.

“A comunidade copta vive muito mal depois deste atentado de domingo, mesmo porque este é somente o último de uma série de episódios que se sucedem com uma frequência extraordinária. Portanto, existe a preocupação, mesmo porque a comunidade copta sempre pediu aos governos que se sucederam no Cairo para proteger a própria comunidade. Ao invés disto, se assiste ao pipocar dos atentados contra as Igrejas, em modo particular - mas não somente – mas também contra as casas ou iniciativas sociais das quais a Igreja Copta é responsável”.

RV: O Ministério do Interior do Cairo aponta o dedo contra a Irmandade Muçulmana: é plausível uma hipótese do gênero?

“A Irmandade Muçulmana, há muitos anos, é acusada pela comunidade copta de estar à origem destes atentados. E é provável que neste caso, se se confirmarem as suspeitas, a comunidade copta esteja em meio a um conflito entre a Irmandade Muçulmana, que reprova o Presidente al-Sisi por ter destituído com um Golpe de Estado em 2013 o próprio líder, Mohamed Morsi; e que portanto os coptas, num certo modo, paguem o preço da guerra que a Irmandade Muçulmana está conduzindo contra o atual governo. Mas também sem este elemento permanece o fato de que esta guerra contra a comunidade copta continue por muito tempo”.

RV: O Egito, então, permanece como um dos países árabes mais estáveis, não obstante estes episódios?

“A tentativa do terrorismo no Egito nestes anos é o de desestabilizar o país; certamente também o atentado de domingo não facilitará a sua retomada econômica e a retomada do turismo: o Egito está sofrendo enormemente por estes atentados, também no plano econômico. Naturalmente, isto se refletirá também no plano político. Os coptas são há tantos anos discriminados no plano social, de trabalho, da função pública: reprovam o governo por ser muito indulgente em relação àqueles que atacam os cristãos no Egito”.

(JE/GLV)








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