Editorial: Mais um gesto de Francisco


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso Editorial desta semana, gostaria de trazer uma notícia, mais uma, sobre os gestos de Francisco. Não é para fazer apologia do Papa, mas para fazer ver que são nos gestos pequenos que se pode medir e ver o amor na sua essência. Francisco no seu dia a dia conquista, não para si, mas para Jesus, corações e almas através de suas pregações, de seus gestos, de suas carícias, de seu amor. Um amor que ultrapassa os muros do Vaticano e chega até às casas de famílias em todas as partes do mundo.

A notícia é dos dias atrás. Francisco escreveu uma comovente carta a uma menina italiana, com câncer. A missiva foi publicada recentemente.

“Querida Paolina, suas fotos estão na minha escrivaninha, porque em seu olhar tão especial vejo a luz da bondade e da inocência. Obrigado por enviá-las!”, escreveu o Santo Padre no início da sua carta. Francisco pediu à menina que lesse a carta junto com a sua mãe, e o beijo que ela lhe desse naquele momento, seria o beijo do Papa.

O texto foi publicado originalmente no site italiano “Il Faro di Roma”. A carta de Francisco é do dia 22 de setembro e estava dirigida a Paolina Libraro, que aos 10 anos sofria de um câncer muito avançado.

A mãe da menina escrevera ao Papa, pedindo que abençoasse e rezasse pela sua filha. O Santo Padre respondeu a esta carta e lhes enviou entradas preferenciais para a Audiência Geral do dia 26 de outubro, onde lhe daria sua bênção pessoalmente.

Mas o destino tomou outra estrada. Paolina, que vivia no sudeste da Itália, em uma cidade chamada Massafra, estava muito doente e frágil para viajar e não pôde vir ao Vaticano. Ela faleceu no dia 22 de novembro e foi enterrada no mesmo dia.

A Missa de exéquias foi celebrada na igreja da cidade, dedicada a São Leopoldo Mandic. Quase toda a população esteve presente, inclusive o prefeito da cidade. Na sua homilia, o sacerdote que presidiu a celebração leu a carta do Papa, na qual o Santo Padre dizia a Paolina: “uno as minhas mãos às suas e às mãos daqueles que estão rezando por você. Desta forma faremos uma longa corrente de oração, que com certeza, chegará ao céu”, escreveu o Papa Francisco pedindo à menina que lembrasse que o primeiro elo desta corrente era ela, porque Jesus estava no seu coração! “Lembre-se disto!”, destacou.

O Papa pediu a Paolina que falasse com Jesus não só sobre ela, mas também sobre seus pais, “que necessitavam tanto ser ajudados e consolados diante dos difíceis passos que estavam enfrentando”. “Certamente você será muito boa em sugerir a Jesus o que pode fazer por eles”, continuou o Papa. “Dou-lhe um abraço muito forte e a abençoo com todo o meu coração, aos seus pais e aos seus entes queridos”, concluiu Francisco, assinando ele mesmo a carta.

O Santo Padre é conhecido por fazer telefonemas pessoais e enviar mensagens àqueles que o procuram, muitas vezes, para surpresa de quem recebe suas cartas ou escuta a sua voz do outro lado do telefone. Também sobre a escrivaninha do Papa está outro desenho que tocou seu coração; um desenho que um menino lhe deu durante sua viagem a ilha grega de Lesbos. Na imagem é possível ver muitas pessoas se afogando perto de um barco naufragado, enquanto o sol, em cima de tudo, chora lágrimas de sangue. Conserva com ele a dor inexplicável das crianças.

Esse é Francisco, o homem que veio de longe para entrar no coração das pessoas de boa vontade. Não faz coisas extraordinárias, mas coisas simples de modo extraordinário. Um exemplo de amor por aqueles que sofrem, por aqueles que na cotidianidade, experimentam dor e tristeza numa vida sofria. Um exemplo de amor a ser seguido. (Silvonei José)

 








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