Bartolomeu I: fortalecer comunhão distanciando fundamentalismos


Bari (RV) - A cidade italiana de Bari acolheu, nesta segunda-feira (05/12), o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para a Festa de São Nicolau que se celebrará nesta terça-feira (06/12). 

“A sua presença faz parte de um longo processo de diálogo e estima recíproca entre os líderes das duas Igrejas”, disse o Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell, que deu as boas-vindas ao Patriarca em nome da Santa Sé. 

Bartolomeu I inaugurou o ano acadêmico da Faculdade Teológica Pugliese. Fez uma Lectio magistralis e depois recebeu o prêmio ecumênico “São Nicolau” que a Faculdade Teológica Pugliese atribui a eminentes personalidades católicas e ortodoxas “pelo serviço prestado na promoção da unidade dos cristãos”.

“Acreditamos que o papel das religiões seja fundamental para criar, iniciar e fortalecer um princípio de comunhão para a colaboração e compreensão recíproca, distanciando os fundamentalismos que se encontram em todas as sociedades e religiões. É preciso recriar a estima recíproca entre os povos, superando desconfianças, violência, massacres e genocídios. É preciso que a justiça social e a justiça entre as nações prevaleçam sobre os interesses da economia mundial e da globalização desenfreada, para por fim à migrações incontroladas”, disse o Patriarca em seu discurso, esta manhã, na Basílica de São Nicolau, em Bari.  

“O Mediterrâneo, mar do encontro e da cultura, da convivência de religiões e povos se encontrou improvisamente atravessado por uma onda de dispersos que fogem da guerra, do fundamentalismo religioso, que apareceu no cenário do Oriente Médio por causa das penúrias, criadas muitas vezes pela ganância de poucos em detrimento de muitos, por tiranias que tornam a vida impossível e pela falta dos bens elementares de sobrevivência", frisou ainda Bartolomeu I.

O Patriarca se perguntou: “Como os cristãos de várias Igrejas podem alimentar os princípios de diálogo, amor e paz num mundo abalado e diante de um mar que se tornou a tumba de muitos irmãos e irmãs que sonham uma vida melhor”?

“Ninguém deixa espontaneamente sua casa a não ser se for por necessidade ou violência. É necessária uma economia de comunhão que saiba acolher, sem criar descontentamento social nos países anfitriões”, disse ainda Bartolomeu I.
 
“Se todos os sujeitos interessados aceitarem, com coragem, a justiça, a liberdade e a verdade como pilares da paz e se as religiões souberem criar pontes entre os indivíduos, povos e culturas, poderemos ser ainda sinal de esperança para a humanidade”, concluiu o patriarca.
Para Dom Brian Farrell, este “evento foi de grande significado ecumênico e teve um sentido muito particular porque se realizou na Puglia, região intimamente ligada à história da Igreja Oriental que  pode ser ponte entre Oriente e Ocidente”. 

“O Patriarca encontrou aqui uma profunda sintonia cultural e espiritual”, concluiu o prelado. 

(MJ)








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