2016-12-04 12:31:00

Cardeal Müller sobre carta dos 4 cardeais: não à polarização


A Congregação para a Doutrina da Fé não pensa, no momento, em responder à carta dos quatro Cardeais que pediram ao Papa para esclarecer dúvidas sobre a interpretação da Exortação Apostólica Amoris laetitia, em particular em relação à possibilidade para os divorciados que casaram novamente de terem acesso em alguns casos à Comunhão.  A informação é do Prefeito do dicastério vaticano, Cardeal Gerhard Ludwig Müller, em entrevista concedida à Agência austríaca Kathpress.

A Congregação para a Doutrina da Fé – disse o purpurado – se movimenta e fala “com a autoridade do Papa” e não pode “participar à polêmica das opiniões”. O Cardeal observa que a carta foi endereçada pessoalmente ao Santo Padre, que poderia, por sua vez, “encarregar” o dicastério para resolver a questão, enquanto organismo competente para todas as temáticas relativas ao magistério eclesial sobre fé e sobre moral.

Debate objetivo, não à polarização

O Prefeito pediu um debate sereno sobre a Carta Apostólica Amoris laetitia. ‘Neste momento – sublinhou – é importante que cada um de nós permaneça objetivo e não se deixe levar por uma uma espécie de polarização e menos ainda contribua em inflamá-la”.

Afirmações dos Papas precedentes sempre válidas

O Cardeal Müller não trata diretamente do ponto contestado, isto é, se em alguns casos, particulares e bem motivados, os divorciados recasados possam ser admitidos à Comunhão. Mas sublinhou, no entanto, que este documento não deve ser interpretado como se as afirmações dos Papas precedentes e da Congregação para a Doutrina da Fé não sejam mais válidas, citando expressamente a resposta oficial do Dicastério à carta pastoral de três bispos da Alta Renânia de 1993, em que o Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da Congregação, havia rejeitado o pedido dos prelado para fazer uma exceção em casos particulares sobre a Comunhão aos divorciados recasados.

Indissolubilidade do matrimônio e misericórdia de Deus

A indissolubilidade do matrimônio – reiterou o Cardeal Müller – deve ser “o fundamento imóvel do ensinamento para todo acompanhamento pastoral”. Ao mesmo tempo – precisou – o Papa Francisco quer ajudar todos aqueles cujo matrimônio e cujas famílias encontram-se em crise, “a encontrar um caminho que esteja em correspondência com a vontade sempre misericordiosa de Deus”.

Vitória da verdade, não triunfo do poder

Por fim, o purpurado rejeita as teorias sobre presumíveis lutas internas no Vaticano entre aqueles que incentivam uma reforma e aqueles que, pelo contrário, a freiam: estamos falando “da vitória da verdade – concluiu – e não do triunfo do poder”.

(JE)








All the contents on this site are copyrighted ©.