Avança causa beatificação de jesuíta salvadorenho


São Salvador (RV) – O chanceler do Arcebispado de São Salvador, Mons. Rafael Urrutia, explicou que o processo de beatificação do Padre Rutilio Grande avança e o Vaticano já estaria estudando a documentação apresentada.

Em coletiva de imprensa, explicou que em 16 de agosto foi encerrada a parte diocesana da beatificação e canonização do sacerdote jesuíta e todo o material relativo foi enviado a Roma, onde se encontra na Congregação das Causas dos Santos.

No início de novembro, a Congregação emitiu um decreto em que revelava a abertura do processo romano do Padre Rutilio Grande. Terça-feira, 22 de novembro, o processo foi iniciado com a abertura das caixas de documentos, a revisão e a entrega da parte correspondente ao postulador geral da Ordem Jesuíta.

“Estamos nesta etapa de escrever a posição da Igreja e defendê-la diante da Congregação, para demostrar que efetivamente o Padre Rutilio Grande morreu com fama de martírio e sobreviveu todo este tempo com a mesma fama, porque realmente teve uma morte de mártir”, afirmou.

O crime

O sacerdote foi assassinado em 1977, junto com outros dois salvadorenhos, episódio que levou o hoje beato Dom Oscar Arnulfo Romero, - de quem foi amigo - a insistir com o governo da época para que investigasse o fato.

Em 24 de setembro de 1972, o Padre Grande se tornou pároco de Aguilares, no departamento de São Salvador, onde estabeleceu as Comunidades Eclesiais de Base.

Implantação das CEB's em El Salvador

Este movimento de organização campesina encontrou oposição entre os latifundiários e alguns sacerdotes conservadores que temiam que a Igreja Católica pudesse ser controlada por forças políticas esquerdistas.

Padre Rutilio Grande denunciou a opressão contra o povo e contra os próprios sacerdotes, muitos dos quais foram acusados e perseguidos como 'subversivos', por terem atendido as súplicas do povo.

Em 12 de março de 1977, o padre, acompanhado por Manuel Solorzano, de 72 anos, e Nelson Rutilio Lemus, de 16 – dirigia o jipe do arcebispado na estrada que une o município de Aguilares, onde havia celebrado a missa vespertina da novena de São José, ao de El Paisnal. Os três foram emboscados e morreram metralhados por Esquadrões da Morte, grupos paramilitares de extrema direita liderados por Roberto D'Aubuisson, fundador do partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (Arena).

(CM)








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