Papa: quando povo é separado de quem comanda, harmonia social está em perigo


Cidade do Vaticano (RV) - Realiza-se em Verona – região italiana do Vêneto –, desta quinta-feira até o próximo domingo (27/11), o Festival da Doutrina Social da Igreja. Tendo chegado este ano a sua sexta edição, o evento eclesial tem como tema “No meio do povo”. O Papa Francisco enviou uma mensagem vídeo aos participantes.

Entre nosso povo existe autêntica riqueza humana

“Estar no meio do povo não significa somente ser abertos e encontrar os outros, mas também deixar-se encontrar.” A relação requer este intercâmbio entre pessoas: “a experiência nos diz que geralmente recebemos mais dos outros do que que damos. Entre nosso povo existe uma autêntica riqueza humana”, diz o Santo Padre na referida mensagem vídeo ressaltando que as histórias de solidariedade, de ajuda e de apoio que se vivem em nossas famílias e em nossas comunidades são inúmeras.

Evidenciando o tema desta sexta edição, o Papa diz que este expressa uma grande verdade: “fomos feitos para estar com os outros”. Nossa humanidade se enriquece muito se estamos com os outros e em qualquer que seja a situação em que estes se encontrem, observa. “É o isolamento que faz mal, não a partilha. O isolamento desenvolve medo e desconfiança e impede desfrutar a fraternidade”, acrescenta.

Estar juntos nos ajuda a ver o conjunto

Estar no meio das pessoas significa também perceber que cada um de nós faz parte de um povo – lê-se na mensagem vídeo. “A vida concreta é possível porque não é a soma de muitas individualidades, mas a articulação de muitas pessoas que concorrem para a constituição do bem comum. Estar juntos nos ajuda a ver o conjunto.”

“Quando o povo é separado de quem comanda, quando são feitas escolhas segundo a força do poder e não segundo a participação popular, quando quem comanda é mais importante do que o povo e as decisões são tomadas por poucos, ou são anônimas, ou são ditadas sempre por emergências verdadeiras ou presumíveis, então a harmonia social é colocada em perigo com graves consequências para o povo: aumenta a pobreza, a paz é colocada em perigo, o dinheiro comanda e o povo está mal. Estar no meio do povo faz bem não somente à vida de cada indivíduo, mas é um bem para todos.”

Quando se está com as pessoas há mais concretude e menos ideologia

“Estar no meio do povo – continua o Pontífice – evidencia a pluralidade de cores, culturas, raças e religiões. O povo faz experimentar a riqueza e a beleza da diversidade. Somente com uma grande violência se poderia reduzir a variedade e uniformidade, a pluralidade de pensamentos e de ações a um único modo de fazer e de pensar.”

“Quando se está com as pessoas se experimenta a humanidade: jamais há somente a cabeça, há sempre também o coração, há mais concretude e menos ideologia”, afirma Francisco, acrescentando que para resolver os problemas das pessoas é preciso partir de baixo, arregaçar as mangas, ter coragem, ouvir os últimos.

Com Maria podemos tornar-nos capazes de não excluir ninguém

Para tal, o Santo Padre apresenta Nossa Senhora como modelo, “Ela é serva, é humilde, é misericordiosa, caminha conosco, é com concreta, jamais está no centro da cena, mas é uma presença constante.”

Olhando para a Virgem Maria “podemos percorrer todos os caminhos do humano sem medos e preconceitos, com Ela podemos tornar-nos capazes de não excluir ninguém”, conclui o Papa Francisco. (RL)








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