Cidade do Vaticano - Celebra-se nesta segunda-feira (21/11), o Dia Mundial da Pesca. Por ocasião desse dia, realizou-se na sede da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em Roma, a conferência promovida pela FAO e a Santa Sé sobre o tema “A violação dos direitos humanos no sector da pesca e da pesca ilegal”.
Estiveram presentes o director-geral da FAO, José Graziano Da Silva, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, e o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, o Cardeal António Maria Vegliò, que leu a mensagem para esse dia.
No seu discurso o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, sublinhou a necessidade de “salvar os pescadores vítimas do tráfico. “Como todos sabemos, disse Parolin, o sector da pesca oferece um contributo decisivo para a segurança alimentar global, para o bem estar humano e à prosperidade económica e é particularmente importante para a sobrevivência das comunidades de pesca em pequena escala em muitos Estados do mundo.
O pescado continua a ser um dos produtos alimentares mais comercializados em todo o mundo e o trabalho neste sector aumentou a ritmos mais sustentados em relação à população mundial. A pesca, de facto, emprega milhões de pessoas e permite o sustentamento de famílias, grupos e comunidades. Isto é particularmente importante para os países em vias de desenvolvimento onde os produtos da pesca representam, quase sempre, a metade do valor das mercadorias comercializadas”.
Todavia, acrescentou Parolin, é necessário que a visão económica não esqueça a garantia de um bem-estar humano compatível com a tutela do ambiente, por forma a criar prosperidade a longo andar e uma perspectiva sustentável para as gerações actuais e futuras”
Neste sentido, o Cardeal Secretário de Estado citou a Introdução do Código de conduta da FAO para a pesca responsável adoptada há vintes anos na qual se lê o seguinte: “ a pesca, inclusive a aguacultura, representa uma fonte vital de comida, trabalho, tempo livre, comércio, bem-estar económico para as pessoas em todo o mundo, seja para as gerações presentes, seja para aquelas futuras e deve portanto ser conduzida de forma responsável”. Infelizmente, observou o purpurado, em muitas áreas do mundo, foi atingido um nível insustentável de exploração e as intervenções da comunidade internacional, mesmo através deste Código de Conduta, impediram substancialmente que a situação piore.
Entretanto, existe, todavia, acrescentou, uma outra percepção mais directamente humana e até humanitária seguindo os critérios expressos pelo Vértice de Istambul em Maio passado e que preocupa a Santa Sé e acredito toda a pessoa que olha com sabedoria para a pesca como um recurso importante para o futuro da família humana.
Dois séculos após a abolição da escravatura e tráfico Negreiro transatlântico, pelo menos 20,9 milhões de pessoas continuam ainda hoje sob o regime do trabalho forçado, em grande parte na economia informal e ilegal; cerca de 90% do trabalho forçado é imposto por operadores privados, sobretudo nas actividades de alta intensidade de mão de obra tais como a pesca”.
Perante estes desafios, recordou Parolin, a Santa Sé considera fundamental desenvolver, em particular, a capacidade de monitorar, identificar e salvar os pescadores vítimas do tráfico e tratamento degradante. Temos não só a obrigação moral de dar outras oportunidades às pessoas, mas também uma obrigação de fornecer-lhes uma outra possibilidade”.
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