Em Macau, “revolução silenciosa” na comunicação católica

Uma revolução silenciosa está a contecer na comunicação católica de Macau. A nova comissão diocesana para os media foi criada a meio do mês e o novo director Francisco Lio alimenta uma série de projectos nesta nova fase. Quer recuperar parcerias com a Rádio Vila Verde e com a Rádio Macau, actualizar os equipamentos dos estúdios de televisão e audio e ainda abrir um museu dedicado aos meios de comunicação social da Igreja. Este do museu é um projecto ainda a prazo porque, para já, não existe ainda nenhum espaço capaz de acolher esta ideia. Mas tem ânimo para andar.

Francisco Lio quer aproveitar todo o espólio da Igreja. Mostrar o desenvolvimento da imprensa e da rádio, desde 1975, até à actualidade com os meios electrónicos. Existe material acumulado, posters, e equipamento audiovisual de quase cinquenta anos de história de Macau e da Igreja de Macau.

Mas há mais. O novo director já disse que está consciente da importância da internet e da interactividade que isso significa, e das potencialidades para um caminho de evnagelização. Lio considera que não faz sentido dividir esse trabalho por rádio, vídeo, e imprensa. O importante é trabalhar estes conteúdos, cada um específico, mas todos na Internet. Para isso, aquele responsável quer também construir um centro de produção de programas audiovisuais, rádio e imagem, e actualizar os estúdios de televisão e de som.

Nesta autêntica reviravolta que a comunicação católica vai sofrer em Macau, estão na mira do centro diocesano novas parcerias com as rádios. A Rádio Vila Verde que existiu até aos anos noventa e, depois fechou as emissões, está de regresso e, no que toca à Rádio Macau, depois do fim da administração portuguesa em 1999, os custos em 2000 dispararam e ficaram incomportáveis para a Igreja ali ter um espaço. Mas isso foi quase há 20 anos. Agora, a Rádio Vila Verde está de volta e, de momento, os custos não são um problema. Por isso é que Franciso Lio está apostado em renovar essas parcerias com as duas emissoras. Há conversações com as duas estações, mas o perfil dos futuros programas ainda está a ser pensado.

Por falar em parcerias, há uma também acaba de firmar com a Rádio Veritas Asia, uma estação de onda curta de Quezon City, nas Filipinas, a pensar também nas imensas ligações com a comunidade católica filipina de Macau. É um acordo que prevê a transmissão de programas, em cantonense, produzidos pela diocese de Macau e que aquela estação se vai encarregar depois de produzir por toda a Ásia.

Toda uma bolsa de projectos para tornar uma evangelização mais eficaz e mais próxima dos crentes. Nesse sentido ainda, o bispo D. Stephen Lee quer alargar as funções do actual Cineteatro. Além de cinema e auditório, quer torná-lo num verdadeiro centro de comunicação social, um centro de produção de filmes, disposto a co-produções e à produção de aplicações e também mais orientado para as escolas de Macau, a esmagadora maioria de raíz católica.

Em Macau, Carlos Picassinos