2016-11-14 10:52:00

Semana do Papa de 7 a 13 de novembro


Nesta “Semana do Papa” recordamos duas homilias de Francisco na Capela da Casa de Santa Marta onde celebra diariamente, recordamos o essencial da audiência geral na Praça de S. Pedro onde o Santo Padre falou sobre duas obras de misericórdia: visitar os doentes e os reclusos e damos ainda um destaque especial para o Jubileu das pessoas sem-abrigo e em situação de precariedade que teve lugar neste fim-de-semana no Vaticano. Referimos ainda que este domingo foram encerradas as Portas da Misericórdia em todas as catedrais e santuários do mundo.

Desejo de poder não é o caminho para servir o Senhor

Terça-feira, 8 de novembro: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que o desejo de poder não é o caminho para servir o Senhor. O Santo Padre disse que para servir Deus com liberdade não podemos ser desleais nem buscar o poder.

Quantas vezes ouvimos a afirmação “aqui comando eu” – isto é “sede de poder” – disse Francisco: e Jesus ensinou-nos que aquele que comanda deve ser “como aquele que serve” e que “se alguém quiser ser o primeiro, seja servo de todos”.

“E este desejo de poder não é o caminho para se tornar um servo do Senhor” – declarou o Papa.

Partilhar a dor de quem está doente ou na prisão

Quarta-feira 9 de novembro, na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco desenvolveu uma catequese sobre duas obras de misericórdia: visitar os doentes e os reclusos.

O Santo Padre considerou que estas obras de misericórdia são atitudes de grande humanidade: “Com estas obras de misericórdia o Senhor convida-nos a um gesto de grande humanidade: a partilha” – afirmou o Papa.

Amor cristão é concreto, não é ideologia

Sexta-feira, 11 de novembro: o Papa Francisco na Missa em Santa Marta afirmou que o amor cristão é concreto, não é ideologia. O Santo Padre sublinhou que o critério do amor cristão é a “Encarnação do Verbo”.

Partindo da leitura da Segunda Carta do Apóstolo S. João, o Papa recordou o mandamento que recebemos do Senhor, que é caminhar no amor. “Mas qual é “o critério do amor cristão?” – perguntou Francisco.

O Santo Padre declarou que “um amor que não reconhece que Jesus veio em Carne” é um “amor mundano, é um amor filosófico, é um amor abstrato, é um amor pequeno, é amor soft”. “O critério do amor cristão é a Encarnação do Verbo” – afirmou o Papa.

Francisco advertiu, contudo, que quem vai para além desta “doutrina da carne”, da Encarnação, “não permanece na doutrina de Cristo”. É o caso de certas ideologias sobre o amor, sobre a Igreja, certas propostas de religiosidade que “arruínam a Igreja” e as comunidades e que são “ideologias que tiram da Igreja a Carne de Cristo” – observou o Papa.

No final da sua homilia o Santo Padre pediu a oração de todos “para que a nossa caminhada no amor nunca faça de nós um amor abstrato” e sublinhou uma intenção: “… não chegar ao triste espetáculo de um Deus sem Cristo, de um Cristo sem Igreja e de uma Igreja sem povo”.

No coração do Evangelho está a pobreza

Foi no dia 11 de novembro, na Sala Paulo VI, que Francisco se encontrou com os sem-abrigo abrindo assim o fim-de-semana do Ano Santo da Misericórdia que lhes foi dedicado, o penúltimo deste Jubileu.

Foram muitas as associações presentes que testemunharam as suas experiências na ajuda a pessoas que vivem em grave situação de precariedade. O Papa na sua intervenção observou ter registado algumas das palavras que tinha ouvido e disse aos presentes para não deixarem de “sonhar”: “Aquele que tem tudo não pode sonhar! As pessoas, os simples foram até Jesus porque sonhavam que os haveria de curar, de libertar, de servir e seguiram-no e Ele libertava-os.”

O Papa Francisco sublinhou que a “escravidão não está no Evangelho para ser vivida mas para ser libertada” e declarou que a “paz que Deus quer para cada um dos seus filhos” nasceu numa “família marginalizada”. Uma paz que o Santo Padre salientou ser necessária para todas as religiões que “precisam crescer na paz”.

Destaque ainda para o pedido de perdão de Francisco aos pobres e sem-abrigo pelos “homens ou mulheres da Igreja que não querem ou não quiseram olhar para vós” – afirmou. O Papa disse que “no coração do Evangelho está a pobreza” e exortou os fiéis a formarem “uma Igreja pobre para os pobres”.

Não olhar o excluído é “virar a face a Deus”

Domingo, 13 de novembro: Jubileu das pessoas sem-abrigo e em situação de pobreza e precariedade. Na Basílica de S. Pedro, Francisco denunciou a esclerose espiritual que se concentra no produzir e não nas pessoas a amar.

“…nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação” – partindo destas palavras do profeta Malaquias o Papa no início da sua homilia colocou algumas questões: onde procuro a minha segurança? No Senhor ou noutras seguranças que desgostam a Deus? Para onde está direcionada a minha vida? Está dirigida ao Senhor da vida ou para coisas que passam e não saciam?

“Questões semelhantes a estas aparecem na passagem  evangélica deste domingo” – referiu o Papa: “Jesus encontra-se em Jerusalém, para a última e mais importante página da sua vida terrena: a sua morte e ressurreição. As pessoas estavam a falar das belezas exteriores do templo, quando Jesus lhes disse «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».

“Perante estas afirmações de Jesus, as pessoas colocaram perguntas ao Mestre” – disse o Santo Padre: «Quando acontecerão estas coisas e qual será o sinal?».

Segundo Francisco, Jesus convida-nos a não termos medo perante as dificuldades e as mudanças de cada época, nem sequer perante “as provas mais graves e injustas que acontecem aos seus discípulos”. Jesus pede-nos de “perseverar no bem e de pôr plena confiança em Deus” porque há duas riquezas que não desaparecem nunca” e que têm verdadeiro “valor na vida”: “o Senhor e o próximo”. Em particular, o Papa falou das “pessoas concretas”, pessoas excluídas:

“A pessoa humana, colocada por Deus no cume do criado, é muitas vezes descartada, porque são preferidas as coisas que passam. E isto é inaceitável, porque o homem é o bem mais precioso aos olhos de Deus. E é grave que se habituem a este descarte”.

Neste Jubileu dos excluídos, das pessoas sem-abrigo e em situação de precariedade, Francisco denunciou que não olhar o excluído é “virar a face a Deus”. Uma “esclerose espiritual” – afirmou:

“ É um sintoma de esclerose espiritual quando o interesse se concentra nas coisas a produzir, e não nas pessoas a amar. Assim, nasce a trágica contradição dos nossos tempos: quanto mais aumentam o progresso e as possibilidades, o que é um bem, tanto mais são aqueles que não lhe podem aceder.”

Permanecer firmes no Senhor e caminhar na esperança

No Angelus deste domingo o Papa Francisco falando da Janela do Palácio Apostólico referiu-se ao Evangelho de S. Lucas que nos fala neste último domingo do Tempo Comum sobre o discurso de Jesus acerca do fim dos tempos. Destaque para a reflexão do Santo Padre que recordou as palavras de Jesus: «Tende cuidado, não vos deixeis enganar».

Não obstante as “dificuldades e os acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva” o importante é “permanecer firmes no Senhor e caminhar na esperança” – afirmou Francisco.

Neste dia em que as catedrais e santuários do mundo encerram as Portas da Misericórdia, o Papa declarou que o Ano Santo solicita-nos a termos o “olhar fixo no cumprimento do Reino de Deus” e a “construir o futuro sobre esta terra, trabalhando para evangelizar o presente”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 7 a 13 de novembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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