Enzo Bianchi sobre encontro na Gregoriana: servire Cristo nei poveri


Cidade do Vaticano (RV) - A relação entre alimento e misericórdia é fundamental para o cristão. Tanto do ponto de vista litúrgico – basta pensar na Eucaristia e na dimensão comunitária da “fração do pão” –, quanto do ponto de vista social.

Face a 790 milhões de pessoas no mundo que passam fome enquanto, de outro lado, 2 bilhões de pessoas se encontram acima do peso, Francisco tem insistentemente recordado o direito do homem ao alimento e que é “necessário tornar todos partícipes dos frutos da terra”.

Essas questões foram tratadas estes dias num encontro na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, promovido em colaboração com a Fundação Internacional “Don Luigi Di Liegro” onlus e o patrocínio da região italiana do Lácio para o Jubileu. O relator principal foi o fundador e prior da Comunidade monástica de Bose, Enzo Bianchi. Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que disse:

Enzo Bianchi:- “Alimento é misericórdia, porque alimento significa vida. Portanto, a primeira misericórdia que devemos ter para com o próximo é permitir-lhe viver, ser solícito com sua vida e ajudá-lo a viver. Por conseguinte, o alimento é uma coisa que todos podem fazer, mesmo as pessoas mais desprovidas, e partilhando aquele pouco que têm, cuidam da vida do outro.”

RV: É importante, neste contexto, o conceito de “partilhar o pão”?

Enzo Bianchi:- “Sim, porque com o profeta Isaías – não nos esqueçamos –, torna-se partilhar com o pobre; depois, na Igreja, torna-se o ato eucarístico por excelência. Mas o grande mistério da Eucaristia nos remete ao Cristo pobre e ao serviço que devemos prestar a Cristo nos pobres.”

RV: Quando o Papa Francisco fala em partilhar o alimento, que continuidade podemos encontrar na história da Igreja até o Papa Francisco e a Laudato si?

Enzo Bianchi:- “Certamente, o Papa Francisco se coloca em sintonia com os Padres da Igreja; não há um centro diferente entre os Padres da Igreja, não há um centro diferente entre os Padres da Igreja e o Papa Francisco. Podemos dizer que Paulo VI na Populorum Progressio tivera essas conotações. Indubitavelmente, nesse sentido, há um sopro evangélico muito forte por parte do Papa Francisco.”

RV: O Jubileu está para concluir-se. Como podemos avaliar este Jubileu da Misericórdia do ponto de vista dos fiéis?

Enzo Bianchi:- “Digo apenas que, se serviu para entenderem melhor a misericórdia como o anúncio central do Evangelho, já alcançou a sua finalidade.” (MR / RL)








All the contents on this site are copyrighted ©.