Bispos franceses apresentam relatório do combate à pedofilia


Paris (RV) - Desde que a Igreja na França lançou há seis meses o endereço e-mail parolesdevictimes@cef.fr, dedicado às vítimas de abusos, mais de 200 testemunhos haviam sido enviados até a última segunda-feira.

Na maior parte dos casos, trata-se de fatos antigos ou ocorridos em tempos muito remotos. Trata-se, portanto, de fatos que já haviam sido denunciados pelas vítimas. Mas entre as mensagem, havia a história de sofrimento de uma pessoa que, pela primeira vez, relatava o ocorrido.

Este relato foi um dos testemunhos mais significativos do balanço apresentado na tarde do dia 6 de novembro em Lourdes, aos Bispos reunidos em Assembleia Plenária, pelo Bispo Dom Luc Crepy, responsável pela Célula de Luta contra a Pedofilia e pela especialista da Conferência Episcopal Ségolaine Moog. 

"Em todos os casos - afirmou - e desde o início, o protocolo é o seguinte" e para todos o mesmo: transferência dos fatos denunciados ao Bispo Diocesano (ou à Congregação religiosa interessada, caso o denunciado for um religioso).

Após determinado tempo, se entra em contato com o Bispo para se assegurar de que tenha recebido o testemunho e tenha dado resposta segundo a natureza dos fatos, do pedido da vítima e dos requisitos da lei.

Obviamente a vítima que escreve a este endereço e-mail é informada que a sua mensagem foi enviada ao Bispo interessado e que a Célula se compromete em dar prosseguimento. Depois disto, a vítima pode se dirigir diretamente ao Bispo local da Diocese onde ocorreram tais fatos, entrando diretamente no site www.luttercontrelapedophilie.catholique.fr e clicando em um mapa interativo, por meio de um módulo de contato.

O Bispo Crepy, então, informou que todas as Dioceses da França se comprometeram em dar ouvido às vítimas. As modalidades para fazê-lo são várias: algumas Dioceses instituíram uma Célula diocesana de acolhida e escuta das vítimas. Estas células são constituídas por um pequeno grupo de pessoas escolhidas pela competência em vários campos (advogados, psicólogos, médicos e membros do clero).

Alguma Células, por outro lado, são interdiocesanas: atuam, isto é, em mais de uma Diocese ou Províncias. Em alguns casos, a Diocese firmou uma convenção com profissionais e associações que acompanham as vítimas. Em outros casos ainda, é o Bispo que organiza o plano de intervenção em função das solicitações que chegam das vítimas.

Dom Crepy e a especialista concluíram recordando aos Bispos que seis meses após a implementação por parte da Conferência Episcopal das medidas de escuta e prevenção, o trabalho mostrou-se ainda longo e delicado. "É claro - lê-se no balanço que foi entregue aos jornalistas - que é necessário ir ainda mais longe para compreender aquilo que dramaticamente acontece em um abuso sexual e responder às exigências daqueles que foram vítimas deles. Trata-se, portanto, de prosseguir em uma estreita colaboração com a justiça e ampliar os nossos esforços de prevenção e formação".

(je/sir)








All the contents on this site are copyrighted ©.