Misericórdia: mais que reflexão intelectual, vivência prática

O Ano Jubilar da Misericórdia deu lugar a muitas reflexões teológicas e pastorais sobre o conceito de misericórdia que, embora seja central na vida da Igreja, tinha-se resvalado para a piedade. Quem o diz é D. Ildo Fortes, Bispo de Mindelo, em Cabo Verde. Para ele o Ano Jubilar era sobretudo para praticar a misericórdia neste mundo atravessado por uma onda de ódio. Por isso, embora na sua Diocese tenha havido vários encontros sobretudo em jeito de formação sobre a Misericórdia, é sobretudo às peregrinações efectuadas por diversas comunidades que D. Ildo atribui maior importância, dizendo que só Deus poderá avaliar o alcance e o bem que trouxeram.

Na Diocese, o Ano pastoral 2016-17 iniciou no passado dia dois de outubro e tem por tema "Construir a Justiça para acolher a paz". Um tema  - sublinha o prelado - em plena sintonia com o Ano Jubilar da Misericórdia e com alguns documentos da Igreja: um deles é a "Africae Munus" de Bento XVI sobre o papel da Igreja na promoção da justiça e da paz em África. Justiça e paz que o Papa Francisco não cessa de apregoar a nível mundial, ajuntando a isto o cuidado pela  “Casa Comum”, como Francisco define a Terra na sua encíclica "Laudato Si".

E nesta linha de construção da justiça e paz, assim como da proteção do ambiente, D. Ildo garante que ainda este ano a sua Diocese vai ter uma Comissão Episcopal Justiça, Paz e Ecologia, uma plataforma de reflexão e diálogo com o mundo político e institucional por forma a incidir sobre as realidades sociais à luz do Evangelho.

Oiça as suas palavras na rubrica “África Global”: 

(DA)