Igreja venezuelana apoia um diálogo difícil


Caracas (RV) – A Igreja venezuelana promove o diálogo entre governo e oposição, iniciado no último domingo em Caracas na presença do enviado do Papa, Dom Claudio Maria Celli.

Todas as partes – afirmou Dom Celli – estão convencidas de que o diálogo é o único caminho a se percorrido, mesmo porque, se não há o diálogo, há a violência e ninguém quer o aumento da violência. Mas as dificuldades não são poucas. Ouçamos o Arcebispo de Cumaná e Presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez:

“Neste momento o diálogo é o ponto central da atenção, tanto da Igreja quanto das pessoas. Existe uma diversidade de opiniões muito forte: por um lado existem aqueles que acreditam realmente no caminho do  diálogo; por outro, existe pelo contrário, uma grande maioria que não tem confiança no governo e que, mesmo acreditando no diálogo, não acredita no governo e pensa que não se chegará a nenhum resultado, porque no final não haverá a oportunidade de se ver aquelas mudanças estruturais que permitem mudar a situação de pobreza e de insegurança em que vivemos todos nós venezuelanos”.

RV: O Papa recebeu recentemente o Presidente Maduro e encorajou ao diálogo...

“Por tudo isto nós agradecemos a ele fortemente! Mas ao mesmo tempo – como disse antes – os venezuelanos em sua grande maioria não acreditam nas promessas que o Presidente fez e portanto não acreditam nem mesmo nos resultados do diálogo, porque não existe confiança no confiança no governo em função da estratégia adotada anteriormente, em diversos momentos da vida política do país. Não pudemos ter aquilo que esperávamos, porque o governo não manteve fé em suas promessas. Esta é a situação, uma situação difícil neste momento. O desafio maior para a Igreja é o de conseguir dar credibilidade ao diálogo, porque os venezuelanos não acreditam nem no governo, nem nas suas promessas”.

E sobre a Venezuela falou também o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, à margem de um encontro que se realiza em Bolonha, dedicado ao Papa Bento XV.

“Aquilo que o Papa está fazendo é ajudar a superar a crise que atinge a Venezuela, uma crise política, social e econômica”, disse Parolin, e isto “com o método típico do Papa e da diplomacia vaticana que é o do diálogo”: “muitos não acreditam nisto – prosseguiu – mas nós esperamos que sim”.

Outro diálogo aberto pela Santa Sé é com a China em vista de um acordo sobre a nomeação de bispos. “Se está dialogando e se espera de poder chegar – afirmou o cardeal Secretário de Estado  ao ser interpelado por jornalistas – quando se dialoga sempre existe um pouco de progresso – acrescentou – mesmo se o caminho não é breve e requer paciência, tanta paciência”.

(je/am)








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