Albânia: 38 mártires vítimas do comunismo serão beatificados


Tirana (RV) – Neste sábado (05/11) em Scutari, na Albânia, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, presidirá a beatificação de 38 mártires, torturados e assassinados durante a ditadura comunista nos anos 40. Um regime ateu que matou católicos, ortodoxos e muçulmanos.

Entre os novos Beatos estão dois bispos, 21 sacerdotes diocesanos, 7 franciscanos, 3 jesuítas, um seminarista e quatro leigos. O Arcebispo de Scutari, Dom Angelo Massafra, recorda seus testemunhos aos microfones da Rádio Vaticano:

“Os mártires viveram as suas vidas, no entanto sofrendo injustamente, pois todos foram colocados na prisão e acusados injustamente de serem inimigos do povo, de serem sabotadores, de serem encrenqueiros, de serem espiões do Vaticano, etc; eram injustamente colocados na prisão também por uma palavra que fosse...havia este clima de terror que realmente desumanizou parte do povo albanês. E muitos foram assassinados, não somente da Igreja Católica, mas também muitos outros; mesmo que o ditador tenha se voltado sobretudo contra a Igreja Católica, matando a maior parte dos padres de então, colocando-os na prisão...alguns morreram também durante as torturas...”.

RV: O que significa para a realidade albanesa este testemunho tão luminoso e extraordinário que os mártires ofereceram naquele período de escuridão e de perseguições?

“A esperança de que Deus é Deus e está sempre próximo de quem sofre. Temos tantos testemunhos do fato de que estes mártires, no período em que estiveram presos, prestaram ajuda, deram apoio moral, econômico...alguns levavam a sua porção de comida, por pouca que fosse, aos outros, aos necessitados que sofriam pela fome, também para dar uma esperança a eles, consolá-los. Isto demonstra como Deus, também nas prisões, agiu por meio dos sacerdotes. E quando iam para ser fuzilados, nenhum teve sentimento de ódio ou de desespero; todos com o rosto sereno, decididos – certamente no sofrimento - de oferecerem-se a Deus e de serem fieis a Deus, à Igreja, ao Papa”.

RV: Neste sentido, o Ano da Misericórdia para a Igreja albanesa conclui-se da melhor maneira possível?

“Encerra-se na beleza, poderíamos dizer, porque realmente são dois anos muito bonitos que vivemos: com a vinda do Papa, há dois anos, depois em 2015 celebramos o 25º aniversário da primeira Missa celebrada no cemitério, portanto, a liberdade: foi o primeiro sinal de liberdade e nós cristãos o fizemos em Scutari, celebrando a Missa no cemitério. Mais tarde, foram abertas as mesquitas. E depois tivemos Madre Teresa, e assim já temos este dom... Depois, graças ao Papa Francisco, tivemos também o dom de um Cardeal, um dom inesperado. Assim, são todas coisas que trazem alegria. Por outro lado, demonstram também que aos dons é necessário responder com o compromisso; portanto, o compromisso nosso, da Igreja, dos fieis em corresponder aos dons que o Senhor nos dá”.

(je/dd)








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