Bispo de Aleppo: Papa encontra luteranos, gesto corajoso


Malmö (RV) - O Bispo caldeu de Aleppo, na Síria, Dom Antoine Audo, deu o seu testemunho durante o evento ecumênico na Arena de Malmö, na Suécia, na tarde desta segunda-feira (31/10).

Numa entrevista à nossa emissora ele falou sobre o significado deste encontro entre o Papa e os luteranos há 500 anos da Reforma: 

Dom Audo: “Penso que seja um gesto muito importante que o Papa Francisco quer dar a nós cristãos e à humanidade: um gesto corajoso! E não somente no âmbito de ideias ou de ideologia, mas porque é um homem que vive da fé e realiza realmente atos concretos de humildade e reconciliação. Isso é suficiente para nos indicar o caminho da esperança e da confiança uns nos outros.”

O senhor tem esperança na paz para a Síria?

Dom Audo: “Sim! Eu estou cansado da guerra e repito de vez em quando: ‘Quero a paz! Porém, vejo que existem estratégias de guerra e violência devido a interesses internacionais. Isso é algo realmente triste para mim! Mas nós continuaremos o nosso caminho.”

Segundo a Agência Sir, em seu testemunho, o Bispo caldeu de Aleppo destacou que “a maior parte dos hospitais foram destruídos e 80% dos médicos deixaram Aleppo”. “Na síria, 3 milhões de crianças não frequentam mais a escola. O esgotamento físico e moral afetou a todos, sobretudo os mais pobres, dentre eles crianças, adolescentes e idosos”, disse Dom Audo. 

“A nossa maior tristeza é ver que a cristandade rica e maravilhosa desta terra está desaparecendo”, disse o Bispo caldeu de Aleppo, que concluiu com um apelo “aos cristãos do mundo, aos muçulmanos do Oriente e do Ocidente, e às pessoas de boa vontade: não deixem que a nossa amada Síria seja destruída e fragmentada”.

Logo depois do testemunho de Dom Audo, o Bispo Younan e o Cardeal Kurt Koch leram em árabe e em inglês uma oração pela Síria e o Iraque a fim de que o Senhor da história “mude os corações” e “a paz possa ser estabelecida entre as nações sobre o fundamento da justiça e dos direitos humanos. Que o espírito da paz desça sobre os pobres da Síria, do Iraque e demais países do Oriente Médio”.

(MJ)








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