Dom Marcuzzo: Vandalismo no Monte Tabor é estranho aos nosso valores


Jerusalém (RV) – Uma oração de reparação e um novo ato de consagração. Assim a comunidade cristã de Jerusalém pensa em responder ao grave ato de vandalismo, que no último domingo danificou a Basílica da Transfiguração no Monte Tabor.

Cálices, ícones, mobília: os vândalos “violaram todos os objetos que consideravam preciosos, não obstante o sentimento comum e os valores da Terra Santa sejam bem diferentes”, comentou aos microfones da Rádio Vaticano o Vigário Patriarcal de Jerusalém, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo:
“A profanação do Santíssimo Sacramento, de um local sagrado, é grave por si só. O que num certo sentido torna mais leve o ocorrido, é o fato de que não queriam fazer um ato de profanação, mas sim, simplesmente roubar, pela droga. Naturalmente, fizemos mesmo assim um ato de e4xpiação porque se trata, de qualquer maneira, das sagradas hóstias atiradas no chão, trata-se da estátua de Nossa Senhora que foi atirada no jardim externo, quando viram que não tinha nada de precioso”.

RV: Mas houve outros atos na Terra Santa...

“Sim, mas esta é uma outra questão”.

RV: O senhor falou de se realizar um ato oficial de reparação nas próximas semanas...

“Sim, queremos dar um testemunho de amor e de ligação ao local. Todos, naturalmente, são informados, sobretudo os peregrinos, aqueles que neste momento se encontram na Galileia, também eles contribuem em dar um testemunho de amor por este local santo”.

RV: O sentido do sagrado, do divino, que estes lugares comunicam e adiam, é partilhado entre cristãos, judeus e muçulmanos?

“Sim. No geral, no Oriente Médio uma imagem, um lugar, um símbolo considerado sagrado pelos cristãos é respeitado pelos muçulmanos, pelos judeus, por todos e da mesma forma aquilo que os muçulmanos consideram sagrado, nós o respeitamos e assim com os judeus, etc. Existe este respeito mútuo por todas as coisas religiosas. Esta é uma coisa bonita, é absolutamente o contrário daquilo que está fazendo o Daesh ou o famoso Isis, que não respeita a mentalidade muçulmana, até mesmo aquela popular, da vida cotidiana. No geral, existe este respeito por tudo aquilo que é sagrado para os outros, também as festas, aqui não se toca. E é por isto que este ato é um pouco fora da mentalidade e nos faz entender melhor ainda quem poderiam ser os autores deste ato”.

RV: Muito provavelmente, mais a nível popular, do sentir comum, existe esta sensação de respeito recíproco e também de disponibilidade de partilha, coisa que às vezes à nível de política e de autoridade não funciona, levando ao confronto. Penso ultimamente na Esplanada das Mesquitas e na decisão da Unesco sobre ela...

“Quando a política se mistura com a religião ou assume um aspecto religioso pelos seus interesses, esta é bem outra questão, mas é absolutamente necessário distinguir as duas coisas. A propósito: os peregrinos – que não tem a ver com estas histórias um pouco negativas – são sempre bem vindos e são sempre respeitados. Venham venerar e absorver a melhor espiritualidade cristã dos lugares santos. Sejam bem-vindos todos os peregrinos!”.

 








All the contents on this site are copyrighted ©.