Haiti epidemia de cólera. Missão da Caritas Internationalis


Roma (RV) - “A destruição no Haiti foi imensa”. Assim, o Secretário-geral da Caritas Internationalis, Michel Roy, que a partir de hoje vai visitar as áreas mais atingidas pelo furacão Matthew. De acordo com os últimos relatórios são 900 as pessoas que perderam a vida e  cresce o medo de epidemias de cólera. A Rádio Vaticano falou com Michel Roy:

R. – Ce sont les besoins basiques. C’est l’alimentation, c’est de l’eau propre, c’est des médicaments …

As necessidades básicas são alimentos, água potável, medicamentos ... Infelizmente, o cólera está se espalhando ... Nem a população nem as autoridades haviam previsto que o furacão, que devastou a parte ocidental do Haiti, chegasse a uma tal potência! A destruição foi imensa: há vilarejos completamente destruídos, são centenas de mortes... A ajuda necessária para a sobrevivência não tinha sido previsto e é cada vez mais difícil fazer chegar, porque este furacão destruiu estradas e pontes. Portanto, as necessidades neste momento são comida, água potável e medicamentos à população ferida.

P. – O senhor vai ao Haiti também para tentar chamar a atenção do mundo para essa tragédia?

R. - Tout à fait, en fait Parce que les fotos et les vídeos passées sont à la télévision au momento ...

Eu diria que sim. Fotos e filmes foram transmitidos pela televisão no momento do furacão, mas ninguém se preocupa mais: quem hoje ainda fala do Haiti na mídia? Eu diria que quase ninguém. Por isso, é importante chamar a atenção num momento em que as necessidades básicas não são cobertas: há pessoas que passam fome; há também a cólera que se espalha ... devemos aumentar as ajudas ao Haiti, agora e no futuro e não esqueçer os haitianos, e nem mesmo as regiões que vão levar anos e anos antes que se possa falar de uma reconstrução completa. Temos de mobilizar os recursos necessários, que a comunidade internacional ajude mais do que está fazendo neste momento.

P. – É verdade também que há regiões que ainda estão tentando reconstruir casas e infra-estrutura, após o terremoto de 2010? O que os senhores fazem como Caritas e com outras organizações humanitárias para resolver esta vulnerabilidade no que diz respeito aos desastres naturais?

R. - C'est vrai: hélas, o tremblement de terre avait détruit capital qui est le centre du Pays ...

É verdade: Infelizmente, o terremoto destruiu a capital, que em certo sentido é também o centro do país, e que ainda está sendo reconstruída. Infelizmente, na sua história o Haiti passou sempre por períodos difíceis; parece-me, no entanto, que a atenção dos países vizinhos e da comunidade internacional para a sua reconstrução sempre houve, mas sem nunca conseguir chegar à conclusão. A MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti), que chegou à ilha após o terremoto, ainda está lá: é preocupante que as forças internacionais ainda estejam presentes quando não há conflito no país: certamente, custa muito caro esta presença. Portanto, não se consegue - nem as ONGs, nem a comunidade internacional, e nem nós, em certo sentido - a ajudar o Haiti a reconstruir-se de maneira “normal”. É um país que continua a sofrer devido a vários fatores, e não se consegue entender bem por onde começar. A rede Caritas está cada vez mais preocupada com a situação no Haiti; temos um grupo de trabalho que se ocupa desta realidade, e no país existem várias pessoas que administram os escritórios que colaboram com a Caritas diocesana. A vontade existe; mas a ação da Igreja pode ser somente complementar à ação do Estado, mas é verdade também que o Estado se encontra em dificuldades: É dali que devemos começar - ou melhor, recomeçar: ajudar os haitianos a reconstruirem um Estado de direito, um Estado que funcione corretamente. Infelizmente, ninguém sabe por onde começar ... (SP)








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