2016-10-14 09:24:00

Cardeal Vegliò: acolher crianças migrantes que fogem da morte


A mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado concentra-se na dramática situação de milhões de menores obrigados, por vários motivos, a deixar o seu país. As estimativas das organizações internacionais falam de 50 milhões de crianças.

Os votos do presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, são de que os migrantes não sejam repelidos. Na apresentação da mensagem, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o purpurado encontrou-se com os jornalistas.

Um dos pontos centrais do texto diz respeito à exploração de que os menores são vítimas, especialmente quando sozinhos. A propósito, eis o que disse o Cardeal Vegliò, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Cardeal Antonio Maria Vegliò:- “Este é um problema enorme, porque se sabe onde vão parar: na criminalidade: Não por vontade própria, são menores, mesmo sendo adolescentes. Se não têm um ambiente sereno, se não vivem num ambiente que os acolhe, que os entende, mais cedo ou mais tarde acabam na criminalidade, querendo ou sendo obrigados. Se se trata de crianças, elas não querem, não podem querer isso: querem ser crianças, mas não podem sê-lo.”

RV: Concretamente, como a Igreja pode ajudar na integração, que é um dos pontos centrais também para os menores que chegam ao Ocidente?

Cardeal Antonio Maria Vegliò:- “Creio que a coisa principal que a Igreja deve fazer e está fazendo, é sensibilizar as pessoas em relação ao outro: o outro é um indivíduo que tem o direito de ser respeitado e, se se trata do migrante, de emigrar, de receber uma educação, de ter uma casa, como cada um de nós. Sensibilizar para essa mentalidade.”

RV: Neste momento, a situação é muito grave na Síria, particularmente ao leste de Aleppo, mas é também uma situação que repercute sobre aqueles que fogem e chegam ao Ocidente...

Cardeal Antonio Maria Vegliò:- “É grave para todos, mas para os mais pequeninos é sempre mais grave. Uma criança, sendo também estrangeira quando chega aqui, é pobrezinha e inerme. Portanto, se pensarmos, só dá tristeza, quando alguém diz: ‘Que voltem para seu país!’ Mas qual país? Voltar para onde tem a guerra, para morrer?”

(RL)








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