'Aparecendo', Nossa Senhora aponta para o diálogo


Cidade do Vaticano (RV) – Com uma missa presidida pelo bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, o Ano Jubilar Mariano, dedicado a Nossa Senhora Aparecida foi aberto nesta quarta-feira, 12 de outubro, em Roma. A iniciativa da Igreja do Brasil se dá em concomitância com os 300 anos do achado da imagem pelos pescadores no rio Paraíba. Dom Leonardo conversou com o Programa Brasileiro, presente no evento:

“Com esta nossa celebração, abrimos o Ano Mariano aqui no Pio Brasileiro e junto com os brasileiros que estão em Roma e que costumam frequentar as celebrações aqui".

Imagem-encontro ajuda a superar divisões

“A abertura dos 300 anos significa a abertura de um encontro; perceber em Nossa Senhora este cuidado de Deus para conosco, esta manifestação de Deus para conosco. O Papa quando esteve no Brasil fez uma meditação muito bonita sobre o significado do encontro da imagem (de Nossa Senhora). E a imagem é o lugar do encontro. Ele lembrou por exemplo que foi o tempo em que havia a escravidão e a imagem ajudou a superar as divisões sociais. E nos incentivou a buscarmos cada vez mais a fraternidade e a irmandade”.

Dom Leonardo, como Nossa Senhora Aparecida pode inspirar o povo brasileiro na superação deste momento tão difícil e ‘triste’, como definiu o Papa?

“Nossa Senhora sempre aponta a esperança. Vejam que os pescadores estavam desanimados, desamparados. Junto da imagem, nasce uma nova possibilidade, a bem dizer, um milagre. Então Nossa Senhora nos aponta este caminho. Não é porque vivemos um momento difícil que nós, como brasileiros e brasileiras, não lutar pela nossa pátria, não cuidarmos da democracia, não buscarmos uma integração maior, buscarmos uma comunhão maior entre todas as pessoas”.

“O grande problema do Brasil é que estamos todos muito divididos politicamente e há necessidade de reconquistar aquilo que caracteriza muito o que caracteriza o povo brasileiro: o respeito, um pelo outro. O povo brasileiro sempre se distinguiu por este modo de tolerância das diferenças, o acolhimento das diferenças, ou melhor. E há uma necessidade muito grande de reconquistarmos essas nossas características. Isto vai levar muito tempo, mas Nossa Senhora nos aponta o caminho do diálogo, assim como ela, ‘em aparecendo’ do rio, mostrou uma comunhão, uma unidade entre o corpo e a cabeça, assim também esta comunhão deve nascer do diálogo; temos que ousar dialogar, temos que demonstrar as diferenças, mas nunca temer buscarmos realmente o melhor para o Brasil e os brasileiros".   

(CM)

 








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