A reviravolta nas relações entre anglicanos e católicos


Cidade do Vaticano (RV) – Há meio século, em 23 e 24 de março de 1966, a história das relações entre anglicanos e católicos mudava completamente de direção com a visita solene a Paulo VI do Primaz Michael Ramsey, Arcebispo de Cantuária e com a assinatura de uma primeira Declaração comum, que deu início a um diálogo teológico intenso.

Quando o Concílio Vaticano II ainda estava em sua fase preparatória, em 2 de dezembro de 1960, foi o seu predecessor, Geoffrey Fisher que encontrou, numa audiência privada, o Papa João XXIII.

A visita de Ramsey foi histórica: “São mais de quatro séculos – comentou Montini no início da Audiência Geral realizada em São Pedro, logo após o encontro com o Primaz anglicano – que a Igreja romana tem a dor de estar separada da Igreja da Inglaterra; uma Igreja que Roma tanto amou e que, se poderia dizer, gerou. Repousam nesta Basílica os sagrados restos mortais de São Gregório Magno, que enviou Agostinho, com trinta monges, no final do século VI, para reevangelizar – houve outros missionários antes – a Inglaterra”.

Dois gestos imprevistos marcaram aqueles dias: o Primaz anglicano ajoelhou-se diante do Bispo de Roma, e Montini, ao final de uma longa e comovente oração na Basílica de São Paulo extramuros, tirou seu anel e o colocou no dedos de Ramsey.

Desde então o diálogo entre anglicanos e católicos ficou sempre mais intenso, com a instituição, em 1969, de uma Comissão Internacional Anglicano-Católica (ARCIC), com o multiplicar-se dos encontros, dos documentos e das Declarações comuns.

Neste sentido, o cinquentenário dos encontros daquele março e da instituição do Centro Anglicano de Roma, são comemorados na tarde de 5 de março na Igreja romana de Santo André e Gregório al Celio, com as Vésperas na presença do Papa Francisco e do Primaz anglicano Justin Welby.

(JE/Osservatore Romano)








All the contents on this site are copyrighted ©.