Papa na Geórgia, sinal de reconciliação para o mundo, diz Pe. Majeswki


Tbilisi (RV) – Uma Missa para levar uma renovada esperança ao pequeno rebanho da Geórgia. Este é o significado profundo da celebração presidida pelo Papa Francisco no Estádio de Tbilisi. Eis o comentário do Diretor de Programas da Rádio Vaticana, Padre Andre Majewski:

“A viagem do Papa no Cáucaso tem esta dimensão: chegou às pequenas comunidades católicas espalhadas aqui, em dois-três países. Amanhã estaremos no Azerbaijão onde a presença católica realmente é mínima. O Papa Francisco muitas vezes repetiu a frase já famosa, de que “se vê melhor o mundo da periferia que do centro”. E chegou na periferia! Isto é importante não somente para a Igreja aqui, a Igreja na Geórgia que representa apenas cerca de 1% da população, mas é importante também para a Igreja universal. Se acreditamos realmente que se vê melhor o mundo a partir da periferia, é a própria Igreja que pode aprender muito, olhando para si mesma a partir das periferias”.

RV: Um momento particular, forte, foi a passagem da Porta Santa no estádio, a porta de uma Igreja que ainda não foi possível construir. É também o sinal das dificuldades que o rebanho tem, a pequena Igreja na Geórgia?

“É verdade: por um lado podemos ler isto como sinal das dificuldades que esta Igreja encontra, sendo uma pequena Igreja minoritária. Por outro lado, do ponto de vista positivo, podemos interpretar isto também no sentido de que a Porta Santa sem igreja, é uma abertura da porta ao mundo. Eu fiz esta leitura, e o próprio Papa nos encorajou, na sua homilia, a fazer isso, quando invocou este fato de que a Igreja Católica na Geórgia é pequena, dizendo para não fechar-se em um microcosmos. O próprio Papa pediu para abrir as portas, para sairmos de nós mesmos, de ir por todo o mundo”.

RV: O Papa Francisco está na Geórgia. Em breve estará no Azerbaijão. O Cáucaso tem suas feridas profundas. Esta viagem, mesmo somente com a presença do Papa, pode levar reconciliação?

“Certamente. E isto se refere também ao papel do Pontífice no mundo: construir pontes entre as partes que não se falam, entre as partes às vezes em profundo conflito. O tema da paz, aqui no Cáucaso é realmente muito atual. Esperemos que esta visita produza alguns frutos, mas o próprio fato de que pessoas que normalmente não se encontram tenham se encontrado, pode ser um pequeno, um primeiro bom sinal para o futuro, de que as coisas possam mudar. O próprio Papa ontem, disse que o ecumenismo – mas o mesmo vale para a paz – é feito com pequenos passos. Esta viagem do Papa é um outro, um ulterior passo em direção à paz!”.

 

(je/ag)








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