2016-09-26 09:14:00

Semana do Papa de 19 a 25 de setembro


Destaque nesta “Semana do Papa” para a Jornada de Oração pela Paz no encontro inter-religioso de Assis, a audiência geral na Praça de S. Pedro e o Jubileu dos Catequistas neste Ano Santo da Misericórdia.

Rezar em Assis pela paz no mundo

Na terça-feira dia 20 teve lugar em Assis uma Jornada Mundial de Oração pela Paz com a presença do Papa Francisco no âmbito do encontro inter-religioso subordinado ao tema “Sede de Paz. Religiões e Culturas em diálogo”, promovido pela Diocese de Assis, Famílias Franciscanas e a Comunidade de Santo Egídio.

Em Assis estiveram vários líderes religiosos dos quais destacamos: o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I; o Patriarca Sírio-ortodoxo de Antioquia Ignatius Efrem II; o Vice-Presidente da Universidade de Al-Azhar, Egito, Abbas Schuman; o Arcebispo de Cantuária e Primaz da Igreja Anglicana Justin Welby e o Rabino Chefe de Roma, Riccardo di Segni.

Na Basílica Inferior de S. Francisco decorreu a oração ecuménica dos cristãos na qual participou o Papa Francisco. A reportagem é dos nossos colegas Moisés Malumbo e Bernardo Suate:

Durante a oração ecuménica na Basílica Inferior de S. Francisco, em Assis, o Papa Francisco, partindo das palavras de Jesus na cruz (‘tenho sede’) falou da sede como necessidade do ser humano, e também a sua extrema miséria. Assim contemplamos – disse – o mistério do Deus Altíssimo, que Se tornou, por misericórdia, miserável entre os homens.

O Senhor tem certamente sede de água, elemento essencial para a vida, continuou o Papa, mas sobretudo tem sede de amor, elemento não menos essencial, tem sede de nos dar o seu amor, e de receber o nosso amor.

E o Santo Padre indicou nos dramas de hoje o significado da sede do Senhor na cruz. Naquelas palavras, disse, podemos ouvir a voz dos que sofrem, o grito escondido dos pequenos inocentes a quem é negada a luz deste mundo, a súplica instante dos pobres e dos mais necessitados de paz.

No final da tarde, na Praça de S. Francisco, os representantes das várias religiões que tinham estado em oração em locais preparados para tal, reuniram-se com o Santo Padre para a oração conclusiva. Foram vários os que tomaram a palavra antes do Papa.

O Patriarca Ecuménico de Constantinopla Bartolomeu I convidou a gestos corajosos que abram caminhos de diálogo;

O presidente do Conselho dos Ulema indonésios, Syamsuddin disse que o Islão é uma religião de paz e falou dos frutos concretos nascidos dos encontros de Assis;

O rabino israelita David Brodman, sobrevivente aos campos de concentração nazis, afirmou que o espírito de Assis é a resposta à tragédia da Shoah;

O Veneravel Morikawa Tendaizasu, patriarca japonês do budismo Tendai, invocou um mundo sem ódio e sem desprezo;

Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, afirmou que com a força débil da oração e do diálogo pode-se derrotar a guerra.

No final o Papa Francisco fez uma alocução. Os nossos colegas do programa brasileiro Jackson Erpen e Andreia Sacolei fazem-nos um resumo do discurso do Santo Padre:

“Não podemos ficar indiferentes. Hoje o mundo tem uma sede ardente de paz.” “Não temos armas; mas acreditamos na força mansa e humilde da oração” – foi o que disse o Papa Francisco na cerimónia conclusiva do Dia Mundial de Oração pela Paz, celebrado na terça-feira dia 20 de setembro em Assis.

Francisco lembrou que todos se encontravam reunidos em Assis como peregrinos à procura da paz, movidos pelo desejo de testemunhar a paz, sobretudo pela necessidade de rezar pela paz, “porque a paz é dom de Deus e cabe a nós invoca-la, acolhê-la e construí-la cada dia com a sua ajuda”, frisou.

“Sair, pôr-se a caminho, encontrar-se em conjunto, trabalhar pela paz: não são movimentos apenas físicos, mas sobretudo da alma”, acrescentou; “são respostas espirituais concretas para superar os fechamentos, abrindo-se a Deus e aos irmãos. É Deus que no-lo pede, exortando-nos a enfrentar a grande doença do nosso tempo: a indiferença”.

Misericordiosos como o Pai para perdoar e dar

Quarta-feira, 21 de setembro, audiência geral com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro. “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” é a passagem do Evangelho de Lucas, capítulo 6, versículos 36 a 38, que serve de lema ao Ano Santo da Misericórdia e que foi o tema da catequese do Santo Padre nesta audiência geral.

O Santo Padre referiu, desde logo, que “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”não se trata de um slogan, mas de um compromisso de vida, que explicita o mandamento de Jesus no Sermão da Montanha, segundo o qual devemos ser perfeitos como o nosso Pai celeste.

Efetivamente – continuou o Papa – ser perfeito significa ser misericordioso como Deus, que durante a história da salvação não fez outra coisa que não fosse revelar o seu amor infinito pela humanidade, culminando na entrega total de Cristo na Cruz. Essa perfeição no amor não se mede na quantidade, mas no compromisso dos discípulos em se tornarem sinais, canais, testemunhas da misericórdia de Deus – afirmou Francisco.

Segundo o Papa, este é o caminho da santidade, ser misericordiosos sabendo perdoar e sabendo dar-se.

Anunciar Deus encontrando as pessoas

Domingo, 25 de setembro, Jubileu dos Catequistas com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro neste Ano da Santo da Misericórdia. Na sua homilia o Santo Padre começou por lançar a sua atenção para a segunda leitura deste domingo retirada da Epístola de S. Paulo a Timóteo, onde S. Paulo “não recomenda uma multidão de pontos e aspetos, mas sublinha o centro da fé. Este centro à volta do qual tudo gira, este coração pulsante que a tudo dá vida é o anúncio pascal, o primeiro anúncio: O Senhor Jesus ressuscitou” – disse Francisco que sublinhou o novo mandamento no qual nos faz pensar Paulo: «Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei». E é só “amando que se anuncia Deus-Amor”.

“Anuncia-se Deus, encontrando as pessoas, com atenção à sua história e ao seu caminho. Porque o Senhor não é uma ideia, mas uma Pessoa viva: a sua mensagem comunica-se através do testemunho simples e verdadeiro, da escuta e acolhimento, da alegria que se irradia. Não se fala bem de Jesus, quando nos mostramos tristes; nem se transmite a beleza de Deus limitando-nos a fazer bonitos sermões. O Deus da esperança anuncia-Se vivendo no dia-a-dia o Evangelho da caridade, sem medo de o testemunhar inclusive com novas formas de anúncio.”

Neste momento da sua homilia o Papa Francisco referiu a parábola que o Evangelho de S. Lucas nos conta neste domingo, na qual um homem rico não repara em Lázaro, um pobre que «jazia ao seu portão». “Na realidade, este rico não faz mal a ninguém, não se diz que é mau” – disse o Santo Padre – “e todavia tem uma enfermidade pior que a de Lázaro, apesar deste estar «coberto de chagas» : este rico sofre duma forte cegueira, porque não consegue olhar para além do seu mundo, feito de banquetes e roupa fina. Não vê mais além da porta de sua casa, onde jazia Lázaro, porque não se importa com o que acontece lá fora. Não vê com os olhos, porque não sente com o coração.

Mas Deus não esquece Lázaro e acolhe-o “no banquete do seu Reino, juntamente com Abraão, numa rica comunhão de afetos” –disse o Papa que, falando para os catequistas, sublinhou que “como servidores da palavra de Jesus, somos chamados a não ostentar aparência, nem procurar glória; não podemos sequer ser tristes e lastimosos”. “Não sejamos profetas da desgraça” – afirmou:

“Não sejamos profetas da desgraça, que se comprazem em lobrigar perigos ou desvios; não sejamos pessoas que vivem entrincheiradas nos seus ambientes, proferindo juízos amargos sobre a sociedade, sobre a Igreja, sobre tudo e todos, poluindo o mundo de negatividade. O ceticismo lamentoso não se coaduna com quem vive familiarizado com a Palavra de Deus.”

Rezar pelo amado povo mexicano

No final da Eucaristia o Papa Francisco recitou na Praça de S. Pedro, como habitualmente aos domingos, a oração mariana do Angelus.

Na sua mensagem o Santo Padre recordou o padre Engelmar Unzeitig sacerdote alemão da Congregação do Missionários de Mariannhill que foi beatificado, neste sábado dia 24 de setembro em Würzburg, na Alemanha e que foi morto no campo de extermínio de Dachau.

Destaque para as palavras do Papa Francisco dirigidas ao México para “apoiar os esforços da Igreja e da sociedade civil em favor da família e da vida, que neste momento exigem uma atenção pastoral e cultural especial em todo o mundo” – disse o Santo Padre.

“E também asseguro a minha oração pelo amado povo mexicano, a fim de que cesse a violência que nos últimos dias atingiu também alguns sacerdotes” – declarou Francisco. 

Antes da oração do Angelus o Papa dirigiu também uma saudação especial às dezenas de milhares de catequistas presentes na Praça de S. Pedro:

“Queridos catequistas! Obrigado pelo vosso trabalho na Igreja ao serviço da evangelização. Que Maria vos ajude a perseverar no caminho da fé e a testemunhar com a vida aquilo que vós ensinais nas catequeses” – afirmou o Papa Francisco.

E com o Angelus deste domingo concluímos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 19 a 25 de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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