Dom Scicluna: fidelidade a um partido acima da nação é veneno mortal


Valletta (RV) - “Os quatro valores da unidade, da bondade, da verdade e da beleza sejam os critérios de governo” do país, de “uma governança da família humana à qual a política deve aspirar.”

Foi o que disse o arcebispo de Malta, Dom Charles Jude Scicluna, na missa presidida esta quarta-feira (21/09) na Concatedral  de São João em La Valletta, celebrando a Festa nacional da independência da República de Malta, alcançada em 1964.

Combater discriminações

Detendo-se sobre os quatro valores enunciados, o prelado evidenciou que, “em primeiro lugar, o governo de um Estado deve ser baseado na busca da unidade nacional”, porque “as políticas que levam à divisão, que visam o privilégio de poucos ou que procuram promover a fidelidade a um partido acima da nação, são uma paródia da verdadeira política e um veneno mortal para o bem comum da sociedade”.

Efetivamente, todo cidadão “tem o direito de usufruir dos serviços fornecidos pelo governo”, sem nenhuma exclusão. Nesse sentido, “ o combate às discriminações é uma luta pela unidade nacional”, disse Dom Scicluna.

Buscar o bem e evitar o mal

Quanto ao princípio da bondade, o arcebispo de Malta sintetizou-o no “buscar o bem e evitar o mal”, elemento basilar “de uma vida autenticamente humana”.

“Os sistemas políticos que pretendem esquivar-se das exigências morais da existência humana acabam comumente por tornar-se caricaturas monstruosas de um Estado”, porque “quando se sacrifica o bem comum aos interesses egoístas de poucos e à busca incessante do lucro material a tudo custo, o Estado encontra-se doente”, advertiu o arcebispo maltês.

Governança seja transparente e responsável

Em seguida, falando da verdade, Dom Scicluna uniu-a a outros valores, como “a concretude, o juízo reto e a justiça”. Uma governança pouco transparente ou baseada no “desprezo pela verdade” é destinada “a implodir”, reiterou o prelado. Pelo contrário, são “a transparência e a responsabilidade” que tornam os cidadãos “orgulhosos do próprio governo”.

Por fim, em relação à beleza, o arcebispo se disse convencido do fato que “um cidadão formado para a verdade e o bem” saberá também “promover a beleza na arte, na arquitetura e no ambiente”.

Por isso, “um governo que tutela o patrimônio nacional, que defende energicamente a limpeza das águas marinhas e que aceita somente o desenvolvimento sustentável é um governo que expressa a beleza e a sabedoria da nação”. (RL)








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