Santa Sé: pensão adequada ao idoso - patrimônio de competência e experiência


Cidade do Vaticano (RV) – É preciso proteger os direitos dos idosos, favorecendo a sua participação ativa na sociedade e lutando contra aquela ‘cultura do usa e joga fora’ que julga as pessoas somente em base à sua capacidade de produzir. As considerações em relação à pensão na terceira idade são do observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovic.

A intervenção do arcebispo aconteceu durante uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos ao fazer referência a três desafios que os idosos precisam enfrentar nos dias de hoje: a pobreza, a falta de acesso à assistência médica e a exclusão social.

Pensões são essenciais na garantia de direitos e dignidade do idoso

No que diz respeito à pobreza, Dom Jurkovic recordou a importância de um sistema adequado para os pensionistas: “as pensões são essenciais para garantir os direitos, a dignidade e a segurança de uma renda às pessoas idosas”, disse ele. Mas hoje, infelizmente, muitos homens e mulheres em idade avançada não conseguem ir em pensão e, então, “devem continuar trabalhando, normalmente com salários baixos e em condições precárias”.

Todavia, o arcebispo destacou que, apesar dos recursos econômicos limitados, normalmente são os próprios idosos a “suprir as necessidades dos seus familiares, inclusive dos netos”. Enquanto isso, a sociedade, “dominada pela lógica da eficiência e do lucro”, considera as pessoas idosas “improdutivas e inúteis”.

Acesso sustentável à assistência médica

A situação não melhora se tratamos sobre o tema da saúde: como confirma o observador permanente, é preciso promover “um acesso sustentável à assistência médica com políticas que sejam capazes de reforçar os cuidados de base, ajudando as famílias inclusive através de subsídios econômicos” e tomando conta daqueles que ficam em casa.

A propósito, então, sobre a exclusão social, Dom Jurkovic enfatizou como ela deve ser enfrentada, partindo do fato que as pessoas idosas devem ser valorizadas pelo seu “patrimônio de competência e de experiência” e não “rejeitados quando começam a precisar de cuidado e assistência”.

Participação ativa na sociedade

O arcebispo fez, então, um apelo: proteger “o direito humano dos idosos para que participem de todos os aspectos da sociedade” e, sobretudo, de serem “envolvidos nas decisões relacionadas às suas vidas e à sua integração social”. Construir cidades – inclusive para os idosos – “significa gerar oportunidades para a sua participação econômica e social num ambiente acessível e seguro”. Isso representa ainda ter “casas com preços acessíveis, assistência médica de base e serviços sociais adequados”.

Desenvolver políticas mais justas

Nesse sentido, então, Dom Jurkovic afirma ser “necessário desenvolver políticas mais justas e igualitárias, destinadas a redefinir o conceito de utilidade social para aqueles que estão em pensão mas que ainda são capazes de reforçar o tecido da sociedade através do voluntariado e de uma participação que resulte o de ser membros respeitados e experientes da comunidade”.

Não à cultura do desperdício

Por isso o arcebispo reforçou que “a Santa Sé retém essencial a promoção de políticas e de sistemas educacionais que proponham uma alternativa à postura dominante da cultura do usa e joga fora”. Dom Jurkovic acrescentou que “viver mais tempo não deve nunca ser considerada uma exceção, um fardo ou um desafio mas, sim, uma bênção – o que definitivamente é”.

Para isso é necessário olhar para os idosos como “uma fonte de sabedoria e de recursos” para que “a qualidade da sociedade e da civilização possam ser julgadas como são tratados os idosos”. “Que os direitos humanos da terceira idade”, concluiu o observador permanente, “transformem-se numa realidade”. (AC)








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