2016-09-13 15:44:00

O discuro de Bento XVI em Ratisbona, dez anos depois


Tenho esperança de que, depois das reacções do momento, as minhas palavras na Universidade de Regensburg possam constituir um estímulo e um encorajamento para um dialogo positivo, e mesmo autocritico, tanto entre as religiões, como entre a razão moderna e a fé dos cristãos”.

Assim se exprimia o Papa Bento XVI na audiência geral de 20 de setembro de 2006, em relação ao discurso por ele pronunciado oito dias antes na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, sobre o tema da “Fé e Razão”. Aquela “Lectio Magistralis” feita por Ratzinger, fazem hoje, exactamente, 10 anos, tornou-se, como é sabido, alvo de críticas da parte do mundo islâmico, devido a uma incompreensão ligada a uma citação muito severa do Alcorão, atribuída erroneamente ao Pontífice. Mas, para além desse mau entendimento - tal como Ratzinger desejava – as questões levantadas profeticamente naquele “Lectio Magistralis” continuam a ser de grande actualidade tanto no contexto do debate etológico cristão como no âmbito do diálogo intercultural e inter-religioso. E não é por acaso que o site do “Pátio dos Gentios” – a estrutura do Conselho Pontifício para a Cultura dedicada ao diálogo com os não crentes – tenha recolhido cerca de quarente intervenções de estudiosos de várias tendências  para pôr em foco “Aquilo que resta de Ratisbona”. Isto  sem intenções apologéticas, mas como ocasião de confronto de ideias. O nó “religião e violência, assim como o do alargamento  da esfera racional  até à inclusão do divino e do transcendente para desenvolver o diálogo, sem deixar de lado a imprescindibilidade da helenização do cristianismo, são perspectivas que, dez anos depois, permanecem mais do que nunca válidas para interpretar as realidades de hoje. 

(FC/DA)








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