Penúria no Sudão do Sul: Dom Biguzzi, servem ajudas internacionais


Makeni (RV) - O Sudão do Sul está sendo atingido por uma dramática penúria: é o que denuncia a FAO. Seriam pelo menos 5 milhões as pessoas que passam fome. A crise política, que se intensificou em julho, deixa em uma condição de grande instabilidade e violência todo o país. Para a população, é difícil lidar com a escassez de alimentos por causa da diminuição da produção agrícola e da alta taxa de inflação. A isso se acrescenta a dificuldade para fazer chegar ajuda dos países vizinhos, devido à insegurança das estradas. A Rádio Vaticano conversou com Dom Giorgio Biguzzi, Bispo emérito de Makeni, Serra Leoa, que recentemente visitou o Sudão do Sul:

R. - É uma situação muito dolorosa e muito complexa, há raízes profundas: vai da experiência de guerra, de guerrilha pela independência, ao entrelaçamento de interesses internacionais e lutas tribais pelo poder local. Tudo isto em detrimento da população civil. Eu vi nos vilarejos distantes pessoas que tentam sobreviver, defendendo-se ou fugindo dos grupos armados que são incentivados por este ou aquele grupo com raízes ligadas a interesses políticos e econômicos de outros países, sejam daqueles vizinhos sejam daqueles de longe. O Sudão do Sul é um país rico em petróleo, água e muitas outras riquezas, como diz a Bíblia: "Onde estão os cadáveres, ali se reúnem as águias."

P. – A produção agrícola está paralisada por causa da situação política instável. Desde o início da guerra civil em 2013, a situação pirou?

R. – Piorou muito. Entre 2014 e 2015 tinha se estabilizado e, portanto, as pessoas tinham recomeçado a cultivar a terra. A atividade principal está ligada à criação de gado, e depois à cultivação do sorgo. Infelizmente, com o acordo assinado, mas não mantido por um governo de coalizão nacional, retornou a guerra. As vítimas foram milhares e muita gente teve que parar de cultivar, também porque cultivavam, mas chegavam grupos de guerrilheiros e levavam tudo embora… Assim não há mais a vontade de tentar, porque o futuro é incerto. Consequentemente procuram refúgio nos campos que deveriam ser protegidos pelos soldados da ONU, ou vão para o exterior com sofrimentos inimagináveis. É difícil ver tanta gente inocente sofrer tanto assim ... Porém, devemos dizer que as Igrejas cristãs, todas juntas, sempre levantaram a voz para pedir paz, justiça, respeito às pessoas. Isso sempre fizeram com grande coragem. As Igrejas se tornaram um ponto de referência para muitos que fogem e encontram um oásis de paz, de segurança nas igrejas. (SP)








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