Papa a Abades Beneditinos: mundo de hoje precisa sempre mais de misericórdia


Cidade do Vaticano (RV) - A misericórdia é o coração da vida cristã e aquilo que nos torna atentos e solidários aos mais necessitados: foi o que disse o Papa Francisco na audiência concedida esta quinta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, aos participantes do Congresso dos Abades Beneditinos.

Francisco ressaltou que este Congresso Internacional se reveste de um significado particular no contexto do Jubileu da Misericórdia, lembrando que “é o próprio Cristo que nos convida a ser misericordiosos como o Pai é misericordioso”.

“Se é somente na contemplação de Jesus Cristo que se colhe o rosto da misericórdia do Pai, a vida monástica constitui o caminho por excelência para fazer tal experiência contemplativa e traduzi-la em testemunho pessoal e comunitário”, acrescentou.

“O mundo de hoje mostra cada vez mais claramente precisar de misericórdia”; mas ela não é um slogan ou uma receita, observou o Papa: “é o coração da vida cristã e, ao mesmo tempo, o seu estilo concreto, o respiro que anima as relações interpessoais e torna atentos e solidários aos mais necessitados”. Decididamente, a misericórdia “manifesta a credibilidade da mensagem da qual a Igreja é depositária e anunciadora”.

Neste tempo e nesta Igreja chamada a buscar sempre mais o essencial, os monges e as monjas custodiam por vocação um dom peculiar e uma responsabilidade especial: “manter vivos os oásis do espírito, onde pastores e fiéis podem haurir às fontes da divina misericórdia”. Em seguida, Dirigindo-se a todos os monges, disse:

Responsabilidades

“Seja ainda e sempre válido para vocês o lema da tradição beneditina ‘ora et labora’, que educa a encontrar uma relação equilibrada entre a tensão ao Absoluto e o empenho nas responsabilidades cotidianas, entre a quietude da contemplação e a vivacidade do serviço.”

Buscando, com a graça de Deus, viver como misericordiosos em suas comunidades, vocês anunciam a fraternidade evangélica de todos os seus mosteiros espalhados em todos os cantos do planeta, “e o fazem mediante aquele silêncio operoso e eloquente que deixa Deus falar na vida ensurdecedora e distraída do mundo”, acrescentou.

“O silêncio que vocês observam e do qual são custódios seja o necessário ‘pressuposto para um olhar de fé que colha a presença de Deus na história pessoal, na história dos irmãos e das irmãs que os Senhor lhes dá e nas vicissitudes do mundo atual’.”

Educação

Tendo reconhecido o apreciado e altamente qualificado empenho dos monges na formação e educação da juventude, o Santo Padre frisou que a vida contemplativa deles constitui também “um canal privilegiado para alimentar a comunhão com os irmãos das Igrejas Orientais”.

Antes de despedir-se, o Papa Francisco quis deixar aos monges uma palavra de encorajamento diante da crise de vocações que atinge também a vida monástica.

“Não se deixem desencorajar se os membros das comunidades monásticas diminuem ou envelhecem; pelo contrário, conservem o zelo do testemunho de vocês, inclusive naqueles países mais difíceis, com a fidelidade ao carisma e a coragem de fundar novas comunidades. O serviço de vocês à Igreja é muito precioso. Também o nosso tempo precisa de homens e mulheres que não antepõem nada ao amor de Cristo”, concluiu o Pontífice. (RL)








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