Brasil: campeão mundial no uso de agrotóxicos


Cidade do Vaticano (RV) - Vamos abordar hoje em nosso espaço de saúde o tema dos agrotóxicos.

Estes produtos foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial e foram extremamente utilizados na Segunda Guerra Mundial, como arma química. No final da guerra, eles passaram a ser usados como defensivo agrícola.

O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos. Cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Além de permitir o uso de pesticidas proibidos em outros países, o Brasil ainda exonera os impostos dessas substâncias.

Em nosso país, ainda se consomem frutas, verduras e legumes que cresceram sob os borrifos de pesticidas que lá fora já foram banidos há anos. A quantidade de agrotóxicos ingerida no Brasil é tão alta, que o país está na liderança do consumo mundial desde 2008.

Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), 70% dos alimentos in natura consumidos no Brasil estão contaminados por resíduos de pesticidas. Nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, já no Brasil, esse crescimento foi de 190%, de acordo com os dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os agrotóxicos têm feito vítimas fatais, além de provocar aborto, deformação fetal, suicídios, câncer, dermatose, entre outras doenças. De acordo com a OMS, ocorrem 20.000 óbitos/ano devido à manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

Este ano, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, lançada há cinco anos no Brasil, tem como objetivo conscientizar a população brasileira sobre os riscos que os agrotóxicos representam e a partir daí tomar medidas para frear seu uso no país. 

A campanha alerta sobre os males comprovados causados pelo uso de agrotóxicos na produção de alimentos e incentiva a agroecologia, buscando um novo modelo de desenvolvimento agrário.
 
Para falar sobre os agrotóxicos e os riscos para a nossa saúde nos contatamos em Haia, na Holanda, a epidemiologista clínica Dra. Miriam Sommer de Porto Alegre (RS).

(MJ/www.envolverde.com.br)








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