A igreja abre as portas às vítimas do terremoto


Amatrice (RV) - Em breve as crianças terão o seu jardim de volta. Os jogos estão guardados desde junho, último dia que elas estiveram no Jardim de Infância.  Entre a sombra dos pinheiros e os bancos do jardim do Instituto das Irmãs do Divino Amor, algumas pessoas conversam, outros leem e outros contam as suas histórias.

Desde o terremoto de 24 de agosto elas estão alojadas em salas que normalmente são dedicadas à acolhida dos peregrinos do Caminho de São Francisco. Elas veem de pequenos vilarejos pouco conhecidos, entre eles estão também vítimas do terremoto em Accumoli.

Providência

A superiora e cinco irmãs não pedem nada aos hóspedes, a sua tarefa é somente dar serenidade em um momento difícil. Antes de abrirem as portas abriram o coração ao sofrimento de quem não tem mais nada, "para não ferir mais quem já está ferido", simplesmente com o silêncio da ternura. Como aquela do Padre Armando, que chegou de Benevento um dia antes do terremoto como um peregrino. As vítimas confiam à ele seus pensamentos, sentimentos, mas ele não acredita que está fazendo algo extraordinário: "Eis o meu Jubileu da Misericórdia".

Na cozinha do instituto chegam doações da Caritas, refeições dos pobres de Santa Clara. "Aqui ninguém pede nada porque a Providência chega."

Irmã Luigina não se preocupa com a comida, mas sim em ter sempre as portas e os braços abertos para acolher quem bate. Ela diz: "nascemos para amar", sobretudo quando tem a sua frente pessoas como Giovanni (90 anos), Lidovina (85 anos) de cadeira de rodas e duas filhas com problemas mentais. Deles as irmãs não querem se separar. A família espera poder voltar para casa, mas sabe que precisa ter paciência.

O que mais encanta as irmãs é a dignidade e a força dos carinhosamente chamados por elas  'peregrinos do terremoto' .

Acolhida

Como elas, muitas portas de institutos religiosos foram abertas: as irmãs de Santa Catarina, Oblatos do Menino Jesus, Frades menores do Santuário de Greccio. E também a Igreja Adventista do Sétimo dia que abriu o seu centro para acolher 13 muçulmanos provenientes da Albânia, Kossovo e Macedônia e que desde os anos 90 estavam em Amatrice.

No salão, 5 crianças preparam um pequeno doce para a festa de Zac, macedônio que no dia 02 de setembro completa  37 anos. Todos estão preparando a sua festa e ele continua a dizer que deseja voltar a Amatrice para ajudar, "não consigo ficar aqui sabendo que tem tantas coisas para fazer lá com a minha gente", conta a uma das voluntárias. A ideia de nunca mais voltar a Amatrice nem passa pela cabeça de Zac, "é a terra que me acolheu 20 anos atrás, agora é a minha casa".

(Avvenire-VM)








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