2016-09-01 15:17:00

Francisco na reta final do Jubileu da Misericórdia


O Jubileu da Misericórdia está a marcar profundamente o quarto ano do pontificado de Francisco. Neste “Sal da Terra, Luz do Mundo” conferimos os principais acontecimentos até ao final do Ano Santo e o padre Pacheco Gonçalves em entrevista à RV analisa a atitude de Francisco sempre centrada no “exercício da atividade pastoral”.

O Ano Santo da Misericórdia tem sido pleno de acontecimentos, viagens, encontros e celebrações e o Papa Francisco não parece querer abrandar o ritmo de trabalho nesta reta final do Jubileu.

Desde logo, dia 4 de setembro, Francisco vai presidir à canonização de Madre Teresa de Calcutá. São aguardados no Vaticano dezenas de milhares de peregrinos para este momento marcante do Ano Santo da Misericórdia.

Neste mesmo fim-de-semana terá lugar o Jubileu dos Voluntários e Trabalhadores da Misericórdia. No mês de setembro a audiência jubilar do Santo Padre será no sábado dia 10 e de 23 a 25 de setembro será a vez do Jubileu dos Catequistas.

Em outubro haverá duas audiências jubilares nos sábados 1 e 22 e destacamos especialmente o Jubileu Mariano que será de 7 a 9 de outubro.

Em novembro, último mês do Ano Santo da Misericórdia, são quatro as datas a registar na agenda e no percurso de Francisco: dia 6 o Jubileu dos Presidiários, no sábado dia 12 a última audiência jubilar, no domingo dia 13 o encerramento das Portas Santas das Basílicas de Roma e das Dioceses do mundo. No dia 20, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo será a Solene Conclusão do Ano Santo da Misericórdia.

Nesta intensa atividade tem estado profundamente empenhado o Papa Francisco, sempre com aquela atitude que é já uma das características principais do seu pontificado: estar “centrado no exercício da atividade pastoral”.

Esta atitude de Francisco foi-nos referida recentemente pelo padre José Maria Pacheco Gonçalves nosso ex-colega de redação. O padre Pacheco Gonçalves foi testemunha de algumas das primeiras atitudes do Papa Francisco logo no dia a seguir à sua eleição, em particular, o pagamento das despesas de alojamento do Cardeal Bergoglio na Domus Paulus, onde residia o próprio padre Pacheco.

Recordamos aqui um excerto das declarações do padre José Maria Pacheco Gonçalves numa entrevista que nos concedeu no passado mês de junho e na qual sublinha a comunicabilidade dos gestos de Francisco e o foco do Santo Padre sempre centrado no “exercício da atividade pastoral”:

“É engraçado que ele sendo chamado pelos cardeais a enfrentar a crise da Curia Romana e a renovar a Curia Romana, o Papa não fez disso o primeiro objetivo do pontificado, pelo menos na ordem prática das coisas, porque senão enredava-se em mais comissões para fazer análises, para estudar a resolução e mantinha os olhos concentrados sobre isso. O simples facto, por exemplo, de ter dado início à Missa quotidiana com as homilias, aparentemente muito simples mas em que deixa, efetivamente, uma mensagem e um rumo para a Igreja e para todos os cristãos, deslocou o centro das atenções. Mas não foi só uma estratégia, não foi só uma maneira de ‘driblar o adversário’ para ver se isto dá resultado. Não! É porque ele está centrado no exercício da atividade pastoral.”

“Faltava esta figura, que é toda dinamismo, toda capacidade criativa e, sobretudo, uma comunicabilidade que lhe vem dos gestos e dos gestos sinceros. Ao princípio parecia que havia, mesmo dentro da Igreja e, se calhar, ainda há um bocado, quem suspeitasse que tudo isto fosse assim pensado para ‘dar a impressão de’… Mas, o facto de ser genuíno, de ser sincero, de ser autêntico nessas decisões e de tentar, simplesmente, viver ao nível de Papa aquilo que vivia como pastor, como arcebispo de Buenos Aires, nomeadamente, a dedicação aos mais esquecidos, aos descartados como o Papa diz, ou às periferias, ou àqueles a quem ninguém liga, isto é qualquer coisa que, espero, está a marcar, desde já, a vida da Igreja a todos os níveis. E, sobretudo, antes de mais para os bispos, padres, para os pastores da Igreja é todo um programa. E expresso não teoricamente em discursos… também quando é preciso as coisas são ditas… mas, sobretudo, antes de mais, com o exemplo.”

“Mesmo as fotografias que aparecem, às vezes, e os vídeos ajudam. Mas, o facto de saber que, de repente, ele foi visitar aquela comunidade e abraçou as pessoas e deixou-se abraçar e deixou-se fotografar, lá com aqueles ‘selfies’ todos, e aquele sorriso irradiante, é como se fosse uma presença de Cristo Pastor. E esta ideia do Jubileu da Misericórdia está ligada a isso mesmo e tem que ver, não só com o acolhimento da graça de Deus e do perdão de Deus, que é um ponto fixo que o Papa desde o princípio tem sublinhado, mas numa chamada a sermos nós próprios misericordiosos, coração aberto, braços abertos como o próprio Papa tem vivido.”

Era o padre José Maria Pacheco Gonçalves, que foi nosso colega de redação durante muitos anos, analisando a atitude do Papa Francisco sempre centrada no “exercício da atividade pastoral”.

No Vaticano, o Ano Santo da Misericórdia entra agora na sua reta final até novembro e terá dia 4 de setembro um momento alto: a canonização de Madre Teresa de Calcutá.

“Sal da Terra, Luz do Mundo” é aqui na Rádio Vaticano em língua portuguesa.

(RS)








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