Papa faz doação ao Reino de Lesoto


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco doou 400 mil dólares ao Reino de Lesoto a fim de "combater a seca que afeta o país e todo o sul da África devido ao fenômeno climático El Niño”.

Foi o que afirmou ao jornal online “African Independent” o Núncio Apostólico Dom Peter Bryan Wells que nos dias passados apresentou ao Rei de Lesoto, Letsie III, as credenciais para o início de sua missão diplomática. 

“Trata-se de um gesto particularmente significativo, porque não é comum que o Papa faça doações desse tipo diretamente aos governos. Nos procedimentos da Santa Sé em caso de catástrofes, as ofertas são feitas por meio de agências como a Caritas Internacional ou as Conferências Episcopais locais”, explicou o arcebispo que é também representante pontifício na África do Sul, Botswana, Namíbia e Suazilândia.

Segundo o núncio, neste caso “o Papa aproveitou a ocasião para demonstrar que vivemos o que dizemos, não damos simplesmente ensinamentos vazios”.

Emergência

Os efeitos do El Niño em Lesoto provocaram escassez de água, fome, doenças e uma crise econômica que colocou o sul da África de joelhos. 

Em Lesoto, em particular, a seca causada pelo El Niño provocou uma queda de 62% na produção agrícola durante a última estação, condenando à fome mais de 500 mil pessoas em todos os dez distritos do país. Em 22 de dezembro do ano passado o Primeiro-Ministro, Pakalitha Mosisili, declarou estado de emergência.

Ajuda

“Isso chamou a atenção do Pontífice e sua resposta foi imediata”, explicou o Arcebispo de Maseru, Dom Gerard Tlali Lerotholi. A contribuição deve ser agora enviada para a Conferência Episcopal local e, por meio de projetos especiais, a Igreja Católica no Lesoto poderá ajudar a aliviar os efeitos da seca. 

“Faremos visitas frequentes a fim de verificar como o Governo e a Igreja local utilizam o dinheiro, e para entender onde há mais necessidade de ajuda”, disse Dom Wells.

Casa Comum

Ele também recordou os apelos feitos pelo Papa Francisco a toda comunidade internacional por uma maior consciência dos prejuízos causados ao ambiente e as consequências sobre os pobres e marginalizados. 

“O Santo Padre tem um afeto muito especial pela África, sobretudo pelos países pequenos que devem combater várias dificuldades”, comentou o núncio apostólico. 

Gratidão

Por sua vez, o soberano de Lesoto manifestou sua gratidão pela ajuda da Igreja Católica nos setores da saúde e educação. 

Segundo Dom Wells, o Papa sabe da instabilidade política e das polêmicas que afetam o país. A esse propósito, o núncio expressou ao “African Independent” a esperança da Igreja que com a reconciliação, o diálogo e resoluções pacíficas estas dificuldades possam ser superadas. 

Dom Lerotholi recordou que “como Igreja Católica, em colaboração com os membros do Conselho Cristão de Lesoto foi iniciado um diálogo para o retorno dos líderes da oposição em exílio”.

“Reiteramos mais uma vez que estamos prontos para apoiar o país nesta e em todas as outras iniciativas de paz”, concluiu o Arcebispo de Maseru.

Geografia

Lesoto é uma monarquia parlamentarista e está incrustado no centro-leste da África do Sul. Tem o terceiro maior índice de contaminação por hiv no mundo, com 22,9% da população adulta infectada. A população é de cerca de 2,1 milhões de pessoas e a maior parte é cristã, cerca de 92%. Destes, 53% são católicos.

(MJ)








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