Papa entre as crianças doentes: a ternura faz crescer em humanidade


Cracóvia (RV) - O Papa Francisco visitou, na tarde desta sexta-feira (29/07), o Hospital Pediátrico Universitário (UCH) de Prokocim, em Cracóvia.

É o maior hospital pediátrico do sul da Polônia que a cada ano cura cerca de 200 mil crianças. A sua construção iniciou sob os auspícios da diáspora polonesa nos Estados Unidos, e mais tarde o seu funcionamento contou com a ajuda financeira do governo estadunidense. Está na vanguarda nas operações de separação de gêmeos siameses, nos tratamentos de queimaduras e problemas cardíacos em crianças. 

Este hospital foi visitado, em 13 de agosto de 1991, por São João Paulo II. Na capela do edifício estão conservadas algumas relíquias do santo, há adoração perpétua do Santíssimo Sacramento, e se celebra a missa cotidiana para as crianças, seus país, os funcionários do hospital e os estudantes de medicina. O cuidado pastoral e a capelania estão aos cuidados dos Padres Dehonianos. 

O Papa Francisco foi acolhido pela primeira-ministra polonesa, Beata Szydło, e por cinquenta crianças doentes com os seus pais. O Santo Padre saudou um por um, e os acariciou. Recebeu como presente alguns desenhos e depois foi visitar outras crianças nas repartições de emergência. 

Segue, na íntegra, a saudação do Papa Francisco em sua visita ao Hospital Pediátrico de Prokocim.

Queridos irmãos e irmãs!

Na minha visita a Cracóvia, não podia faltar o encontro com os pequeninos pacientes deste hospital. Saúdo todos vocês e agradeço cordialmente à senhora Primeira-Ministra as amáveis palavras que me dirigiu. A minha vontade era poder demorar-me um pouco com cada criança doente, junto de sua cama, abraçar cada uma, ouvir nem que fosse só por um momento cada uma de vocês e, juntos, fazer silêncio perante certas perguntas para as quais não há resposta imediata. E rezar.

Várias vezes o Evangelho nos mostra o Senhor Jesus, que encontra os doentes, os acolhe e vai também de bom grado ter com eles. Sempre se dá conta deles, fixa-os como uma mãe olha para o filho que não está bem e, dentro d’Ele, sente-se movido pela compaixão.

Como gostaria que nós, como cristãos, fôssemos capazes de permanecer ao lado dos doentes à maneira de Jesus, com o silêncio, com uma carícia, com a oração. Infelizmente, a nossa sociedade está poluída pela cultura do «descarte», que é o contrário da cultura do acolhimento. E as vítimas da cultura do descarte são precisamente as pessoas mais fracas, mais frágeis; isto é uma crueldade. Diversamente, é bom ver que, neste hospital, os mais pequeninos e necessitados são acolhidos e cuidados. Obrigado por este sinal de amor que nos oferecem! O sinal da verdadeira civilização, humana e cristã, é este: colocar no centro da atenção social e política as pessoas desfavorecidas.

Às vezes, as famílias se veem sozinhas a tomar conta deles. O que fazer? A partir deste lugar, onde se vê o amor concreto, gostaria de dizer: multipliquemos as obras da cultura do acolhimento, obras animadas pelo amor cristão, amor a Jesus crucificado, à carne de Cristo. Servir com amor e ternura as pessoas que precisam de ajuda nos faz crescer, a todos, em humanidade; e nos abre a passagem para a vida eterna: quem cumpre obras de misericórdia não tem medo da morte.

Desejo encorajar todos aqueles que fizeram, do convite evangélico a «visitar os doentes», uma opção pessoal de vida: médicos, enfermeiros, todos os profissionais de saúde, assim como os capelães e os voluntários. Que o Senhor os ajude a bem realizar o seu trabalho, tanto neste como em qualquer outro hospital do mundo. Não posso me esquecer aqui, o trabalho das religiosas, de muitas religiosas que doam suas vidas nos hospitais. Que o Senhor os recompense dando-lhes a serenidade interior e um coração sempre capaz de ternura.

Obrigado a todos por este encontro! Levo-os comigo, no afeto e na oração. E também vocês, por favor, não se esqueçam de rezar por mim.

(MJ)








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