Quinta-feira, 28 de julho – o Papa Francisco na Polónia foi de helicóptero de Cracóvia para Czestochowa, tendo sido recebido por milhares de peregrinos no Mosteiro de Jasna Gora. O Santo Padre recolheu-se em oração na Capela da Nossa Senhora Negra e, de seguida, dirigiu-se para o recinto junto do Santuário onde presidiu à celebração eucarística, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polónia.
Na sua homilia o Papa referiu a passagem de S. Paulo que nos diz que “«quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» (Gal 4, 4). A história, porém, diz-nos que, quando chegou esta «plenitude do tempo», isto é, quando Deus Se fez homem, a humanidade não estava particularmente preparada, nem era um período de estabilidade e de paz” – referiu o Santo Padre que sublinhou “o modo como se realiza a entrada de Deus na história: «nascido de uma mulher»”.
Não há uma “entrada triunfal”, mas simplesmente, “chega como uma criança através da mãe” “na pequenez” e “na humildade” – ressaltou o Papa que citou o episódio das Bodas de Caná da Galileia onde “não há um gesto estrondoso realizado diante da multidão, nem uma intervenção que resolva um problema político flagrante, como a subjugação do povo à dominação romana. Pelo contrário, numa pequena aldeia, tem lugar um milagre simples, que alegra o casamento duma jovem família, completamente anónima”.
“Um Deus que se põe à mesa connosco” e que nos salva fazendo-se pequeno, vizinho e concreto – afirmou Francisco:
“… Deus salva-nos fazendo-Se pequeno, vizinho e concreto.”
Deus faz-Se pequeno porque é “manso e humilde de coração” e prefere os pequeninos “porque se opõem àquele «estilo de vida orgulhoso» que vem do mundo”. Os pequenos vivem “o amor humilde que os torna livres”. Pessoas simples, mas, todavia, extraordinárias, tais como, S. João Paulo II e Santa Faustina, autênticos “canais” do amor de Deus para a “humanidade inteira” – realçou o Papa.
Ao mesmo tempo, Deus é vizinho porque o seu “Reino está próximo”: o Senhor “gosta de mergulhar nas nossas vicissitudes de cada dia, para caminhar connosco” – afirmou Francisco que acentuou que também nós, enquanto Igreja, “somos chamados” a tornarmo-nos vizinhos, a ouvir e a envolvermo-nos com os outros.
Por fim, Deus é concreto – referiu o Papa – “o Verbo faz-Se carne, nasce duma mãe, nasce sob o domínio da Lei (cf. Gal 4, 4), tem amigos e participa numa festa: o Eterno comunica-Se transcorrendo o tempo com pessoas e em situações concretas”.
Referindo-se à Polónia, Francisco recordou ser este um país com uma “história, permeada de Evangelho, Cruz e fidelidade à Igreja” e que toca a “ternura concreta e providente da Mãe de todos”:
“Na vida de Maria, admiramos aquela pequenez amada por Deus, que «pôs os olhos na humildade da sua serva» e «exaltou os humildes» (Lc 1, 48.52). E nisso tanto Se deleitou, que d’Ela Se deixou tecer a carne, de modo que a Virgem Se tornou Progenitora de Deus, como proclama um hino muito antigo que há séculos Lhe cantais. A vós que ininterruptamente vindes ter com Ela, acorrendo a esta capital espiritual do país, continue a Virgem Mãe a mostrar o caminho e vos ajude a tecer na vida a teia humilde e simples do Evangelho”.
Em Caná da Galileia tal como aqui em Jasna Gora – disse o Papa – “Maria oferece-nos a sua proximidade e ajuda-nos a descobrir o que falta à plenitude da vida”. Ela age não como “protagonista” mas como “Mãe e serva” na “pequenez” acompanhando de perto “com coração simples e aberto” – declarou Francisco no final da sua homilia.
(RS)
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