2016-07-25 12:02:00

Semana do Papa de 18 a 24 de julho


Esta “Semana do Papa” foi marcada pela preparação da viagem de Francisco às XXXI Jornadas Mundiais da Juventude em Cracóvia na Polónia. Destacamos aqui também o Angelus com o Santo Padre no XVII Domingo do Tempo Comum.

“Bem aventurados os misericordiosos”

Na quarta-feira dia 20 de julho foi apresentada aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé, a viagem do Papa Francisco à Polónia, que será de 27 a 31 de julho. Objetivo principal serão as XXXI Jornadas Mundiais da Juventude em Cracóvia, mas não só, como sublinhou na conferência de imprensa o padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé:

“Esta viagem é também uma viagem à Polónia, e existem eventos e circunstâncias que não estão ligados estritamente às JMJ, mas à Polónia, às suas circunstâncias e aos lugares que o Papa visitará, diferentes de Cracóvia, em particular Czestochowa e Auschwitz.”

Trata-se da 15ª Viagem do Papa Francisco e é o 23º país que o Santo Padre visita. Tema geral das jornadas: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”.

Recordemos o programa da viagem do Papa Francisco à Polónia para estas XXXI Jornadas Mundiais da Juventude que terão lugar em Cracóvia de 27 a 31 deste mês de julho:

O Santo Padre partirá do aeroporto romano de Fiumicino com destino a Cracóvia pelas 14h de quarta-feira dia 27. Encontros previstos com as autoridades, com a sociedade civil e com o Corpo Diplomático. Visita de cortesia ao Presidente da República e no final da tarde um encontro com os bispos da Polónia na Catedral de Cracóvia.

No dia 28, quinta-feira, o Papa irá de manhã em helicóptero, para Czestochowa, para rezar no Mosteiro de Jasna Gora junto da Virgem Negra da Polónia. Às 10.30h presidirá à Missa na área do Santuário de Czestochowa, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polónia. Depois regressa a Cracóvia, onde, às 17.30h, haverá a cerimónia de acolhimento dos jovens no Parque Jordan em Blonia, sempre na cidade de Cracóvia.

Na sexta-feira, dia 29 pelas 10.30h está prevista a visita ao campo de concentração de Auschwitz e, em particular ao campo de Birkenau. Será um momento de memória pelas vítimas da Segunda Guerra Mundial.

Na tarde de dia 29 pelas 16.30h, em Cracóvia, Francisco visitará o Hospital Pediátrico Universitário, em Prokocim.  Às 18.30h, terá lugar a Via Sacra com os jovens no Parque Jordan em Blonia.

No sábado dia 30 de Julho, pelas 8.30h, será a visita ao Santuário da Divina Misericórdia, onde será feita a passagem através da Porta da Divina Misericórdia e o Rito de Reconciliação de alguns jovens no Santuário da Divina Misericórdia. Pelas 10.30h será a Missa com sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas polacos no Santuário S. João Paulo II, em Cracóvia.

Às 12.45h, será o almoço com os jovens no arcebispado e às 19.30h no Campus Misericordiae terá início a grande vigília de oração com os jovens.

No Domingo dia 31, às 10h será a Missa da Jornada Mundial da Juventude.  De tarde pelas 17h encontro com os voluntários da JMJ e com o Comité organizador e Benfeitores na Arena Tauron de Cracóvia. Às 18.15h a cerimónia de despedida no Aeroporto Balice de Cracóvia, estando prevista a chegada do Santo Padre ao aeroporto Ciampino às 20.25h de Roma.

No que diz respeito à segurança o padre Lombardi disse aos jornalistas que não há problemas especiais embora tenham anunciado a sua presença cerca de oitocentos bispos e sejam esperados mais de um milhão e quinhentos mil jovens. O Mons. Pawel Rytel-Andrianik, porta-voz da Conferência Episcopal da Polónia deu mais pormenores:

“Como sabemos, geralmente vêm mais pessoas do que as que estão inscritas. Quando se encerraram as inscrições estávamos em 335 mil e 437 pessoas. Os primeiros inscritos eram da Espanha e depois de outros países. Porém, como organização, espera-se que o Santo Padre encontrará no Campus Misericordiae entre um milhão e quinhentas mil pessoas a um milhão e oitocentas mil. Depois, em Czestochowa poderão estar entre trezentas e quinhentas mil, a maioria polacos, que celebram os 1050 anos do Batismo da Polónia. Estes são os números. Em relação aos países que participarão, vemos que, a maioria das pessoas, vêm da Polónia, Itália, França, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Ucrânia e Portugal.”

Entretanto, preparando a sua viagem à Polónia e, em particular, o seu encontro com os jovens nas JMJ de Cracóvia o Papa Francisco enviou esta semana uma vídeo-mensagem à Polónia na qual afirmou que “tudo será vivido sob o signo da Misericórdia, neste Ano Jubilar, e com a grata e devota memória de S. João Paulo II, que foi o artífice das Jornadas Mundiais da Juventude e guia do povo polaco no seu caminho histórico recente rumo à liberdade”.

A busca da face de Deus

Na sexta-feira, dia 22 de julho, foi publicada a Constituição Apostólica “Vultum Dei Quaerere – a busca da face de Deus”, assinada pelo Papa Francisco e dedicada à vida contemplativa feminina. Este documento indica 12 temas de reflexão para a vida consagrada.

Ser “farol e chama” que guiam e acompanham o caminho da humanidade – este é o grande desafio indicado pelo Papa Francisco às contemplativas, exortando-as a vencerem com tenacidade as tentações, em particular, aquelas que levam à “rotina”, à “desmotivação” e à “preguiça paralisante”.

O Santo Padre no seu documento aborda temáticas como a formação, a oração, a lectio divina, a Eucaristia, a Reconciliação, a vida comunitária, o trabalho e o silêncio.

A Constituição Apostólica conclui-se com 14 artigos que definem em termos jurídicos o que foi dito pelo Pontífice.

Atos deploráveis de terrorismo e violência

Neste XVII Domingo do Tempo Comum o Papa Francisco recitou a oração do Angelus da Janela do Palácio Apostólico. Destaque para a referência do Santo Padre para os “deploráveis” atos de terrorismo e violência em Munique na Alemanha, cidade conhecida em Itália como Mónaco de Baviera e os acontecimentos em Cabul, no Afeganistão. Sobre o Angelus recordamos parte da peça do nosso colega de redação Bernardo Suate:

Aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus o Papa Francisco falou do Evangelho deste domingo que abre com a cena de Jesus a rezar, sozinho, num lugar apartado e com os discípulos que, ao terminar, lhe pedem: "Senhor, ensina-nos a rezar". "Quando orardes, dizei:" Pai ... ", respondeu Jesus, e o Papa salientou que esta palavra “Pai”  o "segredo" da oração de Jesus, é a chave que Ele nos dá para entrarmos numa relação de diálogo confidencial com Deus.

Ao apelativo "Pai" Jesus associa dois pedidos – prosseguiu Francisco: "Santificado seja o vosso nome, venha o vosso reino", para realçar que a oração de Jesus, e também a oração cristã, é antes de tudo dar um lugar a Deus, deixando-o manifestar a sua santidade em nós e fazendo progredir o seu reino na nossa vida.

Outros três pedidos complementam o "Pai Nosso", pedidos que exprimem as nossas necessidades fundamentais: pão, perdão e ajuda na tentação:

“O pão que Jesus nos faz pedir é o pão necessário e não o supérfluo; é o pão dos peregrinos, um pão que não se acumula nem se desperdiça, pão que que não torna pesada a nossa marcha; o perdão é, antes de tudo, aquele que nós mesmos recebemos de Deus: somente a consciência de sermos  pecadores perdoados pela infinita misericórdia de Deus pode fazer-nos capazes de fazer gestos concretos de reconciliação fraterna; o último pedido, "não abandonar-nos na tentação", exprime a consciência da nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção”.

E Jesus prossegue tomando como modelo de oração a atitude de um amigo em relação com outro amigo e a de um pai em relação com o filho. Ambas as parábolas querem ensinar-nos a ter plena confiança em Deus, que é Pai, disse o Papa ressaltando que Ele sabe melhor que nós as nossas necessidades, mas quer as apresentemos a ele com coragem e com insistência, pois esta é a nossa maneira de participar na Sua obra de salvação.

“A oração é o primeiro e o  principal ‘instrumento de trabalho’ em nossas mãos! Insistir com Deus não é para convencê-lo, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, ou seja, a nossa capacidade de lutar juntamente com  Deus pelas coisas que verdadeiramente são importantes e necessárias. Na oração somos dois: Deus e eu a lutar juntos para as coisas importantes”.

Após o Angelus e relativamente aos dramáticos ataques dos últimos dias, Francisco laçou o veemente apelo:

“Nestes momentos a nossa alma é mais uma vez abalada pelas tristes notícias relacionadas com actos deploráveis de terrorismo e violência, que causaram  dor e morte. Penso nos dramáticos eventos de Mónaco na Alemanha e de Cabul, no Afeganistão, onde morreram numerosas pessoas inocentes

Estou próximo dos familiares das vítimas e dos feridos. Convido-vos a unir-vos à minha oração para que o Senhor inspire a todos propósitos de bem e fraternidade. Quanto mais parecerem intransponíveis as dificuldades e obscuras as perspetivas de segurança e paz, tanto mais insistente deve ser a nossa oração”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 18 a 24 de julho. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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