Editorial: Jovem, coração palpitante


Cidade do Vaticano (RV) – Tudo pronto para 31ª Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, de 25 a 31 de julho. Jovens de todas as partes do mundo estão chegando à cidade polonesa, centro mundial do culto da Divina Misericórdia, que encontra o seu fulcro no Santuário de Lagiewnik. E o Brasil não faz exceção. São muitos os grupos de jovens do nosso país que já chegaram e que ainda estão chegando à terra de São João Paulo II. Seriam no total 10 mil, provenientes do Brasil e da Europa. Todos em peregrinação para o grande encontro com Francisco, depois do inesquecível evento em Copacabana, três anos atrás, no Rio de Janeiro.

E quem são esses jovens que escolheram, - aqueles que puderam devido às condições econômicas -, passar alguns dias com jovens do mundo inteiro, na expectativa do encontro com o Sucessor de Pedro? Traçar uma identidade de quem está ou ainda vai à Cracóvia não é fácil. Certamente entre eles estão os jovens tocados pela fé, os que creem e praticam a sua fé, mas também os que creem, mas não praticam, os céticos e os duvidosos que, convidados por um amigo, ou levados pelo entusiasmo da mídia, querem “ver o efeito que faz”, e aqueles que querem aproveitar a oportunidade para visitar e conhecer novos lugares esperando em alguns dias de divertimento. Mas uma coisa é certa: todos, no fim, de qualquer modo voltarão para as suas casas transformados, não serão mais como partiram; algo de novo terá despertado em seus corações, algo de novo terá mudado a percepção de “ser jovem”.

Talvez um encontro inesperado, “com Cristo”, será o momento derradeiro desta mudança.

Certamente se retorna a casa diferente. Dificilmente quem vive uma experiência como a JMJ, - e isso nós sempre ouvimos dos jovens que participaram -, retorna igual para casa. Ao longo do caminho se deixam as dúvidas e os ceticismos do início, para encontrar novas razões, e novos motivos de vida. É a experiência de um grande evento, “de um grande encontro”.

Sim, porque o jovem busca, quer aprender a viver e ter uma vida digna de ser vivida. Quer “ser jovem” e viver a sua cotidianidade. E a JMJ é um pouco isso. Porque se nos seus corações permanecesse somente a ideia embranquecida de um grande evento, nada disso teria sentido, significado. Os jovens querem mais, e pedem para serem guiados, acompanhados, pegos pela mão, ajudados a desfrutar a vida de todos os dias.

O tema da JMJ, no âmbito do Jubileu, é “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. E será no “sinal da misericórdia”, em sintonia com o Ano Santo extraordinário e na recordação de São João Paulo II, - que destes encontros foi o “artífice”-, a JMJ de Cracóvia, na casa do Papa polonês tão amado pela juventude. Foi o próprio Papa Francisco que frisou isso no início desta semana através de uma vídeo-mensagem na qual renovou o seu convite aos jovens do país organizador e do mundo inteiro a participarem do encontro.

O Pontífice falou diretamente às novas gerações: “Tenho um grande desejo de me encontrar com vocês  para oferecer ao mundo um novo sinal da harmonia, um mosaico de rostos diferentes, de tantas raças, línguas, povos e culturas, mas todos unidos no nome de Jesus, que é o Rosto da Misericórdia”. E garantindo a sua bênção, desejou que esta seja “uma peregrinação de fé e fraternidade”.

Mas a visita que Francisco fará à Polônia, - a primeira de Bergoglio a este país -, será também uma ocasião de encontro com os filhos e filhas desta nação. Um povo “que passou por muitas provas, algumas muito difíceis, e que foi em frente com a força da fé, amparado pela mão maternal da Virgem Maria”.

Por isso, Francisco visitará, como peregrino o Santuário de Częstochowa. Será para ele uma imersão nesta fé provada. Irá também aos lugares dos horrores da 2ª Guerra Mundial, os campos de concentração nazistas de Auschwitz e Birkenau. Estes lugares já receberam a visita de outros dois Papas. João Paulo II, em 1979, durante a primeira viagem à Polônia e depois, Bento XVI, em 28 de maio de 2006, quanto fez um grande discurso que não estava no contexto litúrgico. A visita de Francisco terá uma forma diferente. Como ele já disse, não irá proferir palavras: fará o silêncio da dor, da compaixão e lágrimas; sim Francisco pediu o dom das lágrimas.

Muitos já definiram a JMJ de Cracóvia um evento das redes sociais, pois serão os próprios jovens a se comunicarem e a difundirem a mensagem do encontro. E a Rádio Vaticano, a Rádio do Papa e dos jovens, também estará nesta missão através de um correspondente local e das redes sociais com transmissão, ao vivo, em português, de todos os eventos com Francisco. Convidamos você a nos seguir através das Rádios e TVs brasileiras que estarão coligadas conosco, também através do nosso site, da nossa página no Facebook, do canal YouTube, Instagram, e Twitter.

Será um momento único vivido com Francisco, que se faz mais uma vez peregrino nas estradas do mundo. Será a história dos jovens, coração palpitante de uma Igreja em caminho. (Silvonei José)

 








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