2016-07-18 10:47:00

Semana do Papa de 11 a 17 de julho


Atividade reduzida do Santo Padre nesta pausa do mês de julho com menos compromissos na agenda. Nesta “Semana do Papa” damos especial destaque para a nomeação do novo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o norte-americano Greg Burke. Recordamos ainda o Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro no XVI Domingo do Tempo Comum.

Papa nomeou Greg Burke como Diretor da Sala de Imprensa

Esta semana no Vaticano começou com a nomeação do novo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, após o Santo Padre ter acolhido a renúncia apresentada pelo padre Federico Lombardi desse mesmo cargo que exerceu durante dez anos.

O novo Diretor nomeado pelo Pontífice é Greg Burke, até agora Vice-Diretor da Sala de Imprensa. Burke assume o cargo no dia 1 de agosto. A partir desta data, a Sala de Imprensa terá uma Vice-Diretora, Paloma García Ovejero.

O novo diretor da Sala de Imprensa, o norte-americano Greg Burke, falou à Rádio Vaticano:

“Estou muito entusiasmado, eu diria “excited” em inglês. Ao mesmo tempo, porém, devo dizer que não escondo também um pouco de medo. Me dou conta que a Sala de Imprensa não é um trabalho fácil. Uma coisa é ser jornalista, e isto me agradou muito nestes anos, mas este trabalho aqui me parece ser algo bem mais complicado!”.

“Nestes anos vi no Padre Lombardi uma paciência sem limites: exatamente isto… Mas não somente: eu usei a palavra inglesa “gracious”, porque é um pouco gentileza, mas também cortesia. Ele sempre consegue ser muito gentil com as pessoas, muito disponível; uma dedicação total ao Santo Padre, ao trabalho. Eu espero – ao menos em parte – ter estas virtudes!”.

Com esta nomeação de Greg Burke para a Direção da Sala de Imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi cessa as suas funções no final deste mês de julho. O sacerdote jesuíta prestou declarações à Rádio Vaticano sobre os sentimentos que está a viver neste momento, em que deixa a Sala de Imprensa da Santa Sé:

“Sinceramente, para mim não há nenhuma surpresa! Para mim era absolutamente claro que mais cedo ou mais tarde esse ofício deveria se concluir. Não somos eternos... Já havia mais vezes manifestado ao Papa, também durante estes três anos, a plena disponibilidade a fazer esse serviço que podia fazer, bem como a toda e qualquer decisão tomada em vista de uma sucessão nessa tarefa.”

“Todos podem recordar – inclusive por parte da cobertura jornalística – quais podem ter sido os momentos críticos vividos com um pouco mais de tensão... O que digo, em geral, é que a experiência um pouco mais dolorosa que pude viver foi a de seguir e participar de todas as vicissitudes do debate, inclusive público, sobre as questões dos abusos sexuais: uma coisa naturalmente muito dolorosa. Participei com profunda intensidade, consciente de que era o caminho de purificação da Igreja, do qual o Papa Bento XVI tanto nos falou e que devíamos percorrer; procurei inclusive dar um pouco a minha contribuição, em colaboração com outros, a fim de que se dessem passos avante no sentido também da clareza, da transparência, da verdade na abordagem desses temas, de modo tal que efetivamente essas coisas não mais se repetissem ou pelo menos que pudessem ser enfrentadas no modo mais correto, tempestivo e profundo desde o início. Também outros momentos, como os da apropriação ilícita de documentos reservados ou de tensões internas no Vaticano, foram momentos naturalmente também de certo sofrimento: não por serem difíceis do ponto de vista profissional – dizer a verdade e dizer as coisas que tem a dizer não é fácil –, mas a questão é que aí se vive também com um certo sofrimento, mas com a consciência de que, também na dimensão da comunicação, se percorre o caminho para melhorar, para responder, para trilhar a estrada rumo à verdade e rumo a uma visão mais adequada, mais completa dos problemas e mais serena. Ajudando também os colegas e o mundo circunstante a ter essa compreensão da humanidade, inclusive dos limites; mas também sempre da missão positiva que a Igreja tem, apesar das fraquezas humanas de tantos que fazem parte dela.”

“Creio que muda o tipo de serviço que se realiza, mas não penso absolutamente em me aposentar! Essa palavra não existe para um religioso, que busca estar sempre à disposição do serviço de Deus e da Igreja em toda a sua vida, todos os dias. Por conseguinte, se não serão os telefonemas de jornalistas que pedem uma resposta sobre uma questão urgente, provavelmente serão outras ligações ou outras relações, às quais se buscará responder com todo o coração.”

Recordemos que o padre Federico Lombardi foi Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé durante dez anos. O sacerdote jesuíta completa neste mês de agosto 74 anos e foi Diretor de Programas da Rádio Vaticano entre 1991 e 2005, tendo sido também diretor geral da nossa emissora.

Entretanto, o Prefeito da Secretaria para a Comunicação, o Mons. Edoardo Viganò, falou também à Rádio Vaticano sobre a saída do padre Lombardi da Direção da Sala de Imprensa, tendo referido, em particular, a herança que ele deixa aos novos responsáveis pela Sala de Imprensa:

“Padre Federico Lombardi nos deixou, como um estilo de sua profissão, a visão eclesial dos acontecimentos: um olhar que sempre uniu as diferentes sensibilidades, as diferentes perspectivas, marcadas também pelas diferentes origens da cultura na Igreja. Porque a Igreja não é uma experiência monolítica, é uma experiência muito diversificada, o padre Federico sempre buscou fazer este trabalho colocando juntas uma visão da Igreja, que é uma visão ampla, uma visão capaz de manter juntas as diferenças, porque as diferenças não são lugares de inimizade, mas simplesmente o enriquecimento de uma Igreja, que precisamente porque é Igreja, é assim. A segunda grande riqueza de padre Federico é a de ter vivido aquilo que repetidamente chamou-nos anteriormente o Papa Bento XVI e mais tarde o Papa Francisco, ou seja, uma hermenêutica espiritual da Igreja. A Igreja não é uma parte que escolhe uma posição em vez de outra: a Igreja é católica e não reconhece a ninguém o papel de antagonista. É justamente esta visão, de uma hermenêutica espiritual, que o padre Lombardi nos ensinou”.

Condolências do Papa

O Papa Francisco expressou por três vezes nesta semana o seu pesar por três acontecimentos bem diversos. No dia 12 julho o Santo Padre enviou num telegrama assinado pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, o seu pesar pelas vítimas do trágico acidente ferroviário na linha Corato-Andria, na província de Bari, sul de Itália, no qual perderam a vida pelo menos 23 pessoas e mais de 50 ficaram feridas.

Na quarta-feira, dia 13 de julho, o Papa Francisco manifestou através de um telegrama o seu profundo pesar pela morte de D. Zygmunt Zimowski, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Agentes da Saúde, sublinhando que o prelado faleceu, “após uma longa e dolorosa doença por ele vivida com espírito de fé e de testemunho cristão”. O arcebispo Zimowski morreu devido a um cancro no pâncreas.

O terceiro momento de condolências e de dor do Papa Francisco foi perante a tragédia de Nice ocorrida no dia 14 de julho e o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, declarou que o Papa está a acompanhar com apreensão e em oração as notícias do massacre em Nice, na França.

“Acompanhamos esta noite, com grandíssima preocupação, as terríveis notícias que chegavam de Nice. Manifestamos, portanto, por parte do Papa Francisco e nossa, toda a participação e solidariedade no sofrimento das vítimas e do povo francês, naquele que deveria ser um grande dia de festa. Condenamos da maneira mais absoluta toda a manifestação de insensatez homicida, de ódio, de terrorismo e de ataque contra a paz” – afirmou o padre Lombardi.

Tempo para acolher e escutar

Domingo, 17 de julho – Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro neste XVI Domingo do Tempo Comum. Desde logo, destaque para as palavras do Santo Padre sobre a tragédia de Nice em França na passada quinta-feira dia 14 de julho:

“Nos nossos corações é viva a dor pela tragédia que na noite de quinta-feira passada, em Nice, ceifou tantas vidas inocentes, e mesmo tantas crianças. Estou próximo a cada família e à inteira nação francesa em luto. Deus, Pai bom, acolha todas as vítimas na sua paz, apoie os feridos e conforte os familiares; Ele afaste cada projeto de terror e de morte, para que nenhum homem ouse versar o sangue do irmão. Um abraço fraterno e paterno a todos os habitantes de Nice e a toda a nação francesa.”

Comentando a passagem evangélica de Marta e Maria, proposta pela liturgia dominical, o Papa Francisco convidou os fiéis a construírem um mundo mais fraterno baseado no acolhimento e não na marginalização e na exclusão. As duas irmãs que acolhem em casa Jesus recordam-nos que a hospitalidade é “uma virtude humana e cristã”. Uma virtude que, no entanto, “no mundo de hoje arrisca de ser negligenciada” – afirmou o Santo Padre.

Francisco recordou que hoje apesar da existência de muitas “instituições que tratam muitas formas de doença, de solidão, de marginalização”, diminuiu a probabilidade de escuta de quem é “estrangeiro, refugiado, migrante”. No frenesim de tantos problemas – disse o Papa – “não temos tempo para escutar”:

“E eu gostaria de vos fazer uma pergunta e cada um de vós responda no seu próprio coração: ‘Tu marido tens tempo para escutar a tua mulher? E tu, mulher, tens tempo para escutar o teu marido? Vós pais tendes tempo para perder, para escutar os vossos filhos, os vossos avós, os vossos idosos?”

Nesta passagem evangélica – segundo o Santo Padre – é importante sublinhar que Marta, tomada pelas coisas que tinha que preparar “arrisca-se a esquecer a coisa mais importante, ou seja, a presença do convidado, que era Jesus neste caso”. Escutar é, portanto, uma palavra-chave que não devemos esquecer – afirmou o Papa que terminou o Angelus com a oração a Maria:

“A Virgem Maria, Mãe da escuta e do serviço cuidadoso, nos ensine a ser acolhedores e hospitaleiros com os nossos irmãos e as nossas irmãs”.

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 11 a 17 de julho. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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