Albânia: Dom Prennushi e 37 companheiros mártires serão beatificados em novembro


Tirana (RV) – Condenado à prisão e falecido em 1949  em consequência das torturas sofridas por recusar o pedido do ditador albanês Enver Hoxha de criar uma Igreja nacional, o frade franciscano e Arcebispo de Durazzo, Dom Vinçenc Prennushi junto a outros 37 companheiros, será beatificado em 5 de novembro próximo na Catedral de Santo Estêvão, em Scutari.

A anunciá-lo, uma carta do Papa Francisco endereçada aos Bispos do país dos Bálcãs, ao final do processo canônico que reconheceu “o testemunho de martírio pela fé e pela pátria”. Uma nota do Arcebispo Angelo Massafra, Presidente da Conferência Episcopal da Albânia, fala de “momento histórico para a Igreja e a nação”.

O rito de Beatificação será presidido pelo Prefeito para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, dois meses após a canonização de Madre Teresa de Calcutá, a pequena religiosa albanesa que dedicou sua vida aos últimos na Índia, e não somente.

A propósito do anúncio da notícia, ouçamos o que disse por telefone desde Tirana o Arcebispo Massafra:

“Nós esperávamos com ansiedade a confirmação da data por parte da Santa Sé. E há alguns dias chegou a comunicação em que é confirmada que 5 de novembro será o dia da beatificação dos 38 mártires do comunismo, isto é,  Dom Vincenzo Prennushi e os 37 companheiros mártires, mortos “in odium fidei”. São uma pérola para a nossa Igreja Católica na Albânia, mas também para todo o mundo. São somente alguns dos tantos mortos durante o período comunista por ódio à Igreja Católica e à fé católica. Dom Prennushi era Arcebispo em Durazzo: foi colocado na prisão e morreu após as torturas sofridas. Há também um outro bispo, Dom Fran Gjini, mas também jesuítas, franciscanos, diocesanos e também quatro leigos, três homens e uma mulher, de várias nacionalidades: dois alemães, a maior parte albaneses, um jesuíta italiano e alguns sacerdotes de origem croata. Os missionários e a Igreja da Albânia sofreram e testemunharam este amor a Cristo até o heroísmo, até à tortura”.

RV: Dom Prennushi e outros religiosos foram chamados pelo ditador Hoxha para formar uma Igreja nacional, fiel ao regime comunista e não à Igreja de Roma. Recusaram. Atualmente, que valor tem esta rejeição?

“Tentaram convencer quer Dom Prennushi quer os outros, mas nunca a Igreja Católica na Albânia se separou de Roma! E antes de morrer, muitos fuzilados, gritaram: “Viva Cristo Rei! Viva o Papa! Viva o papa! Viva a Igreja! Viva a Albânia”.

RV: Qual a atualidade desta figuras hoje para o povo albanês?

“A população já esperava há tempos o reconhecimento de que estes “irmãos” foram martirizados, portanto são mártires da Igreja universal. A pequena Igreja Católica – nós somos uma minoria na Albânia – deu uma contribuição de fidelidade, apresentando 38 mártires, e certamente não são poucos: a Igreja da Albânia sempre foi uma Igreja mártir e graças antes de tudo ao sangue de Cristo e também ao sangue destes nossos mártires – já são 25 anos de liberdade – é hoje ainda mais bela do que antes”.

RV: Como a Igreja albanesa prepara-se para a canonização de Madre Teresa, em 4 de setembro em Roma e para a Beatificação de seus primeiros mártires em novembro?

“Estamos nos preparando intensamente para Madre Teresa. Precisamente nestes dias serão apresentados à imprensa um novenário e o grande pôster da proclamação. Estamos também pensando em fazer para todo o mês de agosto aqui na Albânia, em todas as paróquias, no domingo, encontros sobre a sua espiritualidade. Antes de 4 de setembro, depois, pensamos em apresentar a espiritualidade de Madre Teresa: devemos procurar imitar todas as suas virtudes, a sua misericórdia e os eu amor aos mais necessitados neste Ano da Misericórdia”.

RV: E para os primeiros mártires, como está a preparação?

“Ontem demos o anúncio oficial a todos na imprensa. Entreguei esta manhã ao Presidente da República, ao Primeiro Ministro e ao Presidente do parlamento uma carta oficial para colocá-los a par da data da beatificação. Está claro que ainda temos tempo, mas será uma coisa excepcional e maravilhosa”.

(JE/GA)








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