Bispos da Venezuela: a democracia no país está trincada


Caracas (RV) - “Os arcebispos e bispos da Venezuela, reunidos em sua 106ª assembleia plenária, querem partilhar com o povo venezuelano as angústias e desejam comunicar a esperança de que encontraremos soluções eficazes a esta crise, reconciliados e através do diálogo.”

É o que destaca a mensagem final da Conferência Episcopal da Venezuela, publicada nesta terça-feira (12/06), intitulada “O Senhor ama quem busca a justiça” (Pr 15, 9). 

Segundo a Agência Fides, depois de uma breve descrição da realidade social vivida no país, os bispos assinalam algumas urgências. 

“Estamos à beira de uma crise de segurança alimentar e sanitária, com consequências sociais. Diante disso, o crescimento do poder militar é uma ameaça para a tranquilidade e a paz. A violência e a insegurança estão em todo lugar”, ressaltam os bispos, citando a agressão a um grupo de seminaristas perpetrada no último dia 1º. 

O texto evidencia que “a identidade cultural venezuelana diminuiu e até mesmo se perde quando é avaliada somente se ligada ao projeto político prevalente. A democracia na Venezuela está trincada”. 

Todavia, “a crise moral é maior que a crise econômica e política, porque afeta toda a população nas normas de comportamento. A verdade deixa o lugar para a mentira, a transparência para a corrupção, o diálogo para a intolerância e a convivência para a anarquia”. 

Os bispos destacam 3 necessidades prioritárias: 

1. "Existe a prioridade urgente: que o governo permita a entrada de medicamentos no país, visto a sua grave carência. Para a coleta e a distribuição, a Igreja oferece os seus serviços e as infraestruturas da Caritas, como outras formas de cooperação abertas a outros credos e instituições privadas. Este serviço não é a solução definitiva, mas é uma ajuda significativa".

 2. "Existe a necessidade de abrir definitivamente o confim colombiano-venezuelano. Depois de permitir a sua abertura no domingo passado, 10 de julho, foi possível para muitos fiéis obterem alimentos, medicamentos e outros produtos. A passagem de milhares de cidadãos ao país vizinho é a prova da crise".

3. "Aumentam os cidadãos venezuelanos que estão nos cárceres, privados injustamente da liberdade, muitos deles por motivos políticos. A maioria vive em condições desumanas e sem um processo justo. Estas pessoas, sendo inocentes, devem ser colocadas em liberdade, ou pelo menos deveriam ser processadas, conforme estabelecido pelo código de Direito penal", conclui a nota dos bispos da Venezuela. (MJ)

 








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