2016-07-12 18:00:00

Promoção das línguas das ex-colónias portuguesas ao lado do português


Apresentamos aqui a segunda e última parte da entrevista com o P. João da Piedade, jesuíta timorense, que se encontra actualmente em Roma. Ele participou, como intelectual, na III Conferência Internacional sobre "O Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial" que teve lugar  na capital de Timor em meados de Junho deste ano.  Vamos deter-nos  sobre o aspecto da promoção das línguas africanas em países ditos lusófonos, paralelamente ao português.  

A identidade timorense está impregnada da língua e cultura portuguesas, herdadas do tempo colonial. E essa língua e cultura que lhes foram transmitidas, assim como a fé católica ajudaram-nos a resistir à dura ocupação indonésia entre 1975 e 1999, altura em que a língua portuguesa foi proibida. Consequentemente, há hoje consenso em Timor - diz o P. João Piedade - quanto à necessidade de promover a língua portuguesa e de participar nos esforços comuns entre lusófonos pelo reforço desta língua no cenário internacional. 

Um reforço que se está a fazer sem espírito de hegemonia cultural da parte de Portugal, mas sim no respeito das especificidades de cada país membro da CPLP – afirma ainda o jesuíta timorense, acrescentando que tudo se faz no espírito do português como “Língua Pluricêntrica”. Aliás este foi, ao lado dos aspectos económico, científico e de formação em contextos plurilinguísticos, um dos quatro eixos da Conferência de Dili.

As ex-colónias portuguesas  têm interesse em promover essa herança histórica que é a língua portuguesa e a fazer com que tenha cada vez mais relevo no mundo – refere ainda o P. João.

Mas, paralelamente a esse esforço de promoção da língua portuguesa, há também um esforço de promoção das línguas das ex-colónias portuguesas em África e Ásia?

E tem sentido falar de lusofonia perante as especificidades de cada país hoje definido lusófono, mesmo se em países como Moçambique, o ex-Presidente Guebuza, por exemplo, dava a volta ao país com interpretes para poder comunicar com a grande maioria do seu povo?

São questões sobre as quais o P. João da Piedade nos dá a sua opinião e o ponto de vista timorense, afirmando que o caso de Timor é muito diferente da dos países africanos, e acabando por remeter a cada país a responsabilidade da própria política de educação e de desenvolvimento. 

Oiça aqui:

Oiça neste link a primeira parte da entrevista:

http://pt.radiovaticana.va/news/2016/07/08/timor_leste-_intensificar_a_difus%C3%A3o_da_l%C3%ADngua_portuguesa/1242990

 








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