Carta do Papa no Bicentenário de Independência da Argentina


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta, nesta sexta-feira (08/07), ao Presidente da Conferência Episcopal Argentina, Dom José Maria Arancedo, em vista do Bicentenário de Independência do país que será celebrado neste sábado, 9 de julho. Na missiva, o Pontífice saúda os bispos, autoridades civis e todo povo argentino.
 
“Desejo que esta celebração nos torne mais fortes no caminho empreendido por nossos antepassados duzentos anos atrás. Com estes votos, manifesto a todos os argentinos a minha proximidade e a certeza das minhas orações”, destaca o Papa na mensagem.

O Santo Padre sublinha na carta que deseja estar próximo aos que mais sofrem: “os doentes, os que vivem na indigência, os encarcerados, os que se sentem sozinhos, os desempregados e os que passam por todo tipo de necessidade, os que são e foram vítimas do tráfico de pessoas e da exploração, os menores vítimas de abuso e dos muitos jovens que sofrem por causa do flagelo da droga. Todas essas pessoas suportam o grave peso de situações, muitas vezes no limite. São os filhos mais provados da Pátria”.
 
“Sim, filhos da Pátria”, afirma Francisco. “Na escola, nos ensinavam a falar da Pátria Mãe, a amar a Pátria Mãe. O sentido patriótico de pertença se enraíza no amor à Pátria Mãe. Nós argentinos usamos uma expressão quando nos referimos a pessoas sem escrúpulos: ‘Este é capaz de vender a própria mãe’. Porém, sabemos e sentimos profundamente no coração que a mãe não se vende, não pode ser vendida e nem mesmo a Pátria Mãe”, escreve o pontífice.
 
“Celebramos duzentos anos de caminho de uma Pátria que, em seus desejos de fraternidade, se projeta além dos limites do país: rumo à Grande Pátria, aquela que sonharam San Martín e Bolívar. Esta realidade nos une numa família de horizontes amplos e lealdade fraterna. Por esta Grande Pátria rezamos também hoje em nossa celebração: Que o Senhor a proteja, a torne mais forte, mais fraterna e a defenda de todo tipo de colonização.”

“Baseando nestes duzentos anos, devemos continuar caminhando, olhando adiante. Para conseguir isso, penso de modo particular nos idosos e jovens, e sinto a necessidade de pedir-lhes ajuda para continuar a percorrer o nosso caminho. Aos idosos, que têm uma boa memória da história, peço para que, superando esta "cultura do desperdício" que no âmbito mundial nos é imposto, tenham a coragem de sonhar. Precisamos de seus sonhos, fonte de inspiração. Aos jovens peço para não aposentarem a sua existência na burocrática imobilidade em que são colocadas de lado muitas propostas, carentes de ilusões e heroísmo.”

“Estou convencido de que a nossa Pátria precisa tornar viva a profecia de Joel. Somente se os nossos avós tiverem a coragem de sonhar e os nossos jovens de profetizar grandes coisas, a Pátria poderá ser livre. Precisamos de avós sonhadores que incentivem e de jovens que, inspirados por estes sonhos, corram adiante com a criatividade da profecia.”

O Papa conclui a carta pedindo a Deus para que abençoe a Argentina e à Virgem de Luján para que proteja o seu caminho. (MJ)

 

 

 

 








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