Aberta Assembleia dos Bispos venezuelanos: "Interesses do governo não são os do país"


Caracas (RV) - Ao abrir a Assembleia Ordinária da Conferência dos Bispos venezuelanos esta quinta-feira (07/07), o seu Presidente, o Arcebispo de Cunama Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, fez uma análise da grave situação pela qual atravessa o país e propôs algumas saídas.

"Não me detenho aqui em descrever a situação do país, porque hoje são uma rara exceção os venezuelanos que não sofrem uma dura realidade. Ademais, o sistema que nos governa esgotou, os atuais governantes revelam total incapacidade de resolver os problemas urgentes do país. Está claro que os interesses do governos não são os interesses do país, da sua gente e das suas instituições".

"A ingovernabilidade - continuou ele - a parte brutal da repressão e a falta de respostas sérias e estáveis, causa a percepção já difusa de que a crise global se aprofunda e continue sem limites. Percepção que gera incerteza, desespero, raiva, depressão e a violência social".

Segundo o texto enviado à Agência Fides, Dom Padrón assim prossegue: "Um governo que não conseguiu vencer a 'guerra econômica' e fornecer comida e remédios à população, e ainda mais, recusa-se em permitir às instituições religiosas e sociais de dar o seu apoio para aliviar as dificuldades e as doenças das pessoas, não tem autoridade moral para chamar ao diálogo e à paz. Um governo que por dezessete anos não foi capaz, não obstante todos os seus recursos, de controlar e dominar o crime não é capaz de garantir a tranquilidade e a paz aos cidadãos".

Ao final dos discurso, o Presidente da CEV propôs uma saída: "O diálogo, do qual fala o governo, inicia com o reconhecimento da gravidade da situação em todos os níveis, e com a manifestação da vontade, por meio de sinais visíveis, de querer mudar ou transformar positivamente a situação. Nós venezuelanos estamos diante de um dilema moral, porque não podemos aceitar ou permitir que a vida humana dê lugar à deificação da ideologia. Quando se verifica esta situação, deve-se recorrer à origem do poder, que está no povo. Consultar e respeitar a sua decisão é um imperativo moral que não pode ser ignorado por nenhuma autoridade".

Dom Padrón Sánchez sublinhou após que "o referendum iniciou em 6 de dezembro. Naquela data, de fato, foram realizadas eleições para renovar os 167 membros da Assembleia Nacional com a vitória da oposição. Ademais, teve início a proposta para a coleta de assinaturas para a realização de um referendum para a revogação do cargo ao Presidente Nicolás Maduro. E foram recolhidas 2 milhões de assinaturas.

"As preocupações da população venezuelana são agora compartilhadas por muitos organismos nacionais e internacionais - prosseguiu o Presidente da CEV. Nós, bispos, não estamos nem do lado do governo nem da oposição. Oferecemos os nossos bons serviços para facilitar canais de diálogo".

Por fim, o Arcebispo lançou um apelo: "Como tarefa urgente, publicamente reiteramos o nosso pedido de permitir a entrada de remédios necessários a mitos venezuelanos que têm necessidade de assistência na área da saúde. A experiência da Caritas Venezuela e a colaboração de instituições privadas, antes que das agências governamentais, nos faz sentir prontos em receber e distribuir corretamente as numerosas ofertas que recebemos cada dia do exterior. Não é a solução definitiva, mas é um paliativo que não deveria mais esperar".

A Assembleia Ordinária dos Bispos venezuelanos teve início na quinta-feira, 7 de julho, devendo se concluir na terça-feira, 12 de julho. (JE/Fides)








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