Liderança de Francisco e Bartolomeu leva à unidade, diz Metropolita Gennadios


Cidade do Vaticano (RV) – O amor e a liderança do Papa Francisco e do Patriarca Bartolomeu levarão à unidade entre as Igrejas. É o que afirma o Metropolita da Itália e Malta Gennadios Zervos, também Exarca para a Europa meridional. Ele foi recebido na manhã de terça-feira pelo Papa Francisco, junto à Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. O Arcebispo ortodoxo grego confirmou aos microfones da Rádio Vaticano que a misericórdia será o vínculo que une as duas Igrejas:

“É a verdade, porque a misericórdia significa amor. E este nosso amor é entre nós, mas também entre as Igrejas: ter, cultivar e preparar este grande acontecimento da unidade dos cristãos, para que todos sejam um”.

RV: Existem ainda sentimentos de desconfiança e de rivalidade?

“Sem dúvida, existem. Porém, nós devemos trabalhar, devemos nos empenhar, e eu acredito que não temos nos empenhamos tanto assim. Os doze apóstolos propagaram a doutrina da salvação de Cristo em todo o mundo. Nós não somos poucos, somos muitos! Mas devemos ser muito fortes, muito fieis e repletos de amor para realizar este grande acontecimento. Como foi, por exemplo, o nosso Sínodo, o “Santo e Grande Sínodo das Igrejas Ortodoxas”. É um acontecimento histórico, algo grandioso, uma coisa maravilhosa. É uma bênção de Deus”.

RV: O Papa fez os augúrios de que este Concílio Pan-Ortodoxo dê “abundantes frutos para o bem da Igreja”. O Patriarca Bartolomeu ficou satisfeito com o resultado? Considera que este Sínodo tão importante tenha produzido estes frutos?

“Acredito que o Patriarca esteja muito contente, porque este “Santo e Grande Sínodo das Igrejas Ortodoxas” chegou a bom termo após 11 séculos. Foi realmente um acontecimento histórico. E depois está muito contente porque demonstrou esta unidade pan-ortodoxa a todo o mundo, não obstante o fato de que quatro Igreja não estivessem presentes. Dez Igrejas dialogaram entre elas, debateram, rezaram, trataram e seguiram  todos os temas, todas as dificuldades, todos os problemas. Foi um grande trabalho que eles fizeram. Acredito que o Patriarca esteja cheio de alegria. Nos espera agora um outro compromisso muito forte: acredito que todos nós bispos e sacerdotes, todos juntos, devemos fazer uma catequese sobre o “Santo e Grande Sínodo das Igrejas Ortodoxas”. O povo deve saber os temas que foram tratados, deve conhecer tudo o que foi feito”.

RV: Existe também o grande desafio do diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa: a Comissão Mista Internacional – disse o Papa – se reunirá em setembro próximo e será um encontro muito importante...

“Eu acredito que o “Santo e Grande Sínodo” deu um grande passo oficial: todas as Igrejas autocéfalas Ortodoxas decidiram oficialmente seguir pelo caminho do diálogo. Nenhuma Igreja abandona o diálogo. E esta é uma coisa grandiosa”.

RV: O Papa, ao vos receber, recordou a visita realizada à Ilha grega de Lesbos, junto ao Patriarca Bartolomeu e ao Arcebispo Ieronimus. Quem viu aquelas imagens recorda a grande comoção diante dos refugiados e dos migrantes presos no Campo de Moria. O Papa encorajou os esforços comuns para tentar ajudar estas pessoas.....

“Um acontecimento histórico, sem dúvida. Pela primeira vez o Patriarca, o Papa de Roma e o Arcebispo Primaz da Grécia, encontraram juntos estes refugiados. Comoção sim, mas também alegria e acredito também na responsabilidade. Eu acredito que os responsáveis (ndr – lideranças internacionais) entenderam muitas coisas depois deste encontro, depois desta manifestação de amor, da disponibilidade da Igreja, porque a Igreja não faz distinções: todos somos filhos de Deus. Nós devemos ajudar todos para ter a salvação e para serem salvos. Eu acredito que o Papa e o Patriarca sejam dois líderes importantíssimos para a Igreja de Cristo e duas pessoas cheias de amor, cheias  de disponibilidade, de paciência, de afeto fraterno. É um caminho que nos leva à unidade”.  (JE/FS)








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