Genebra (RV) - A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) comemora anualmente o Dia
Mundial do Refugiado, em 20 de junho, para iluminar a coragem e a resiliência das
famílias forçadas a fugir de guerras ou perseguições. E a cada ano, o ACNUR procura
encontrar um lampejo de esperança nas estatísticas globais que publicamos para mostrar
que o mundo está encontrando soluções para curar o trauma que os refugiados vivem
diariamente. Mas neste ano os sinais de esperança estão difíceis de encontrar.
Os números, a complexidade e duração dos conflitos de hoje significam que o deslocamento
forçado atingiu um nível sem precedentes desde a fundação da própria ONU. Substancialmente,
mais de 60 milhões de pessoas estão desenraizadas em todo o mundo. Cada dia uma nova
tragédia de refugiados é noticiada nos meios de comunicação, com crianças, mães e
pais perdendo suas vidas em uma tentativa desesperada de escapar da violência.
Xenofobia
Em meio a este cenário trágico, uma retórica política desagregadora em questões de
refúgio e migração, e níveis preocupantes de xenofobia se unem para ameaçar os acordos
internacionais que protegem aqueles que foram forçados a fugir de guerras ou perseguições.
Ao invés de dividir responsabilidades, nós vemos fronteiras sendo fechadas. Em vez
de vontade política, existe paralisia política. Organizações humanitárias como a minha
acabam tendo que lidar com as consequências, enquanto ao mesmo tempo lutamos contra
as dificuldades para salvar vidas com orçamentos limitados.
No entanto, ainda há esperança. Em contraste com a narrativa tóxica repetitivamente
exposta na mídia, nós testemunhamos uma propagação de generosidade por comunidades
acolhedoras, por indivíduos e por famílias que abrem seus lares.
Solidariedade
Essas pessoas comuns não veem os refugiados como mendigos, concorrentes por empregos
ou terroristas – mas como pessoas como você ou eu, cujas vidas foram interrompidas
pela guerra. Seus simples atos de solidariedade estão acontecendo ao redor do mundo,
todos os dias.
O ACNUR vê 2016 como um divisor de águas para a causa dos refugiados. Como as guerras
se tornam incontroláveis, nós sentimos que este deve ser o ano para coletivizar responsabilidades
e tomar ações que terminem com os conflitos que forçam as pessoas a fugir, além de
ajudar milhões de pessoas que tiveram suas vidas destruídas pela violência.
Os líderes mundiais não podem mais assistir passivamente tantas vidas serem desnecessariamente
perdidas. Devemos ser inteligentes para encontrar soluções que ajudem os refugiados.
Temos de encontrar meios humanos e dignos para garantir que os refugiados não arrisquem
suas vidas e a de suas famílias, recorrendo a traficantes sem escrúpulos ou se valendo
de barcos frágeis em uma tentativa de alcançar a segurança.
Responsabilidades
Um histórico encontro de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre grandes
fluxos de refugiados e migrantes, no próximo dia 19 de setembro, nos colocará à prova.
Os Governos se pronunciarão e farão novos compromissos para compartilhar responsabilidades
para com os refugiados em um espírito de uma solidariedade global, em linha com os
princípios básicos do direito internacional dos refugiados? E, além disso, se comprometerão
a fazer sua parte para assistir as pessoas forçadas a fugir de suas casas e que perderam
tudo, não por culpa própria?
O ACNUR está #ComOsRefugiados, no dia Mundial dos Refugiados e todos os dias – e no
dia 19 de setembro nós queremos que o mundo se junte a nós. Assim poderemos mandar
uma mensagem aos líderes mundiais que eles devem agir.
Join our #WithRefugees campaign
World Refugee Day 20 June
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