Patriarca Sírio-ortodoxo escapa de atentado suicida


Damasco (RV) –  O Patriarca Sírio-ortodoxo, Ignatius Aphrem II, escapou de um atentado suicida durante a celebração do Pentecostes segundo o Calendário Juliano e a inauguração de um monumento em recordação às vítimas do genocídio de 1915 perpetrado pelo Império Turco-Otomano contra cristãos assírios e armênios. No ataque, ainda sem autoria oficial reivindicada, morreram, além do suicida, três responsáveis pela segurança. Comunidades cristãs de todo o mundo condenaram o atentado.

Durante as celebrações, o líder da Comunidade sírio-ortodoxa abençoou um monumento em recordação aos mortos no massacre conhecido como “Massacre de Sayfo” (da espada). Na área estavam presentes milhares de fieis. Testemunhas locais afirmam que o atentador se fez explodir dentro do prédio, morrendo junto com outras três pessoas.

O ataque não foi reivindicado por nenhum grupo. Já no passado, no entanto, a região foi alvo de ataques perpetrados pelo Estado Islâmico. Outras hipóteses, no entanto,  não são excluídas devido ao forte cunho político da celebração - visto sempre existirem tensões quando o tema do genocídio é tratado – e a forte presença curda na região.

O ataque deste domingo é o quarto contra a comunidade assíria de Qamishli nos últimos seis meses. Em 22 de maio passado, um kamikaze do EI atacou no mesmo distrito, matando ao menos cinco pessoas, três delas cristãos assírios. Em 24 de janeiro, por sua vez, duas explosões ocorreram no Bairro assírio de Qamishli, matando três fieis e ferindo outros 20. Por fim, três bombas foram lançadas contra centros comerciais da cidade em 30 de dezembro de 2015, matando 16 pessoas.

Diversas personalidades da Igreja e da sociedade civil condenaram com veemência o atentado, voltado a matar a personalidade mais importante da Comunidade sírio-ortodoxa. A Federação dos Arameus (Siríacos) sublinha em uma nota que é dever da “comunidade internacional” proteger os arameus “que ficaram em sua mãe-pátria”. “Não precisa ignorar – prossegue o comunicado – o choro que parte os corações e a ajuda de uma civilização em extinção e, ao mesmo tempo, povo da Síria”. Centenas de milhares de Arameus “já deixaram a sua terra” – conclui a nota – um povo que ainda hoje luta “pelo reconhecimento e pela sobrevivência”. (JE)








All the contents on this site are copyrighted ©.