Caritas Internacional há um ano da 'Laudato sí'


Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se, neste sábado (18/06), o primeiro aniversário de publicação da Encíclica ‘Laudato sí’ do Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum.

A nossa emissora conversou com o Secretário-geral da Caritas Internacional, Michel Roy, sobre o valor social e ambiental desse documento.

Roy: “Foi um documento muito bonito que nos deu muita energia para ir adiante num quadro estratégico. O nosso tema, para estes quatro anos, foi ‘Uma só família humana cuidando da criação’ e a Encíclica ‘Laudato sí’, um ano depois, ainda nos guia. Porém, as pessoas não conseguem segui-la porque o mundo corre rapidamente. Existem dois desafios. O primeiro é o de conseguir deter os subsídios para as energias fósseis e isso deve ser feito agora, buscando transformá-las em renováveis, mas ainda não vemos esta mudança que deve ser feita. Se não for feita agora, haverá uma catástrofe ainda maior! Isso não é somente a ‘Laudato si’ a promovê-la, mas também existem as decisões da Cúpula de Paris sobre as mudanças climáticas. O outro desafio diz respeito a todos nós: Devemos mudar o nosso estilo de vida e consumir menos. Todos nós sabemos que devemos mudar, mas sabemos também que é muito difícil fazê-lo. Estes dois desafios mostram como o ser humano, os pobres e a natureza são vítimas deste modelo de desenvolvimento que consome, um modelo materialista centralizado no consumo. Ainda há muito o que fazer”!

A ‘Laudato sí’ evidenciou quanto a justiça ambiental seja uma justiça social...

Roy: “É este novo conceito de ‘ecologia humana’ que o Papa Francisco incentiva: Como pessoas, como homens, fazemos parte da natureza e precisamos da natureza. O modelo de desenvolvimento atual exclui as pessoas e exclui a natureza. Esta visão unificadora é uma visão muito importante e atravessa todas as partes do mundo.” 

O senhor mencionou a Cúpula de Paris sobre as mudanças climáticas. Naqueles dias se falou muito sobre a ‘Laudato sí’.

Roy: “Este pensamento, esta encíclica teve realmente um grande impacto que foi reconhecido também pela Comunidade internacional. A delegação da Santa Sé, durante os trabalhos do encontro, foi convidada pelas delegações de outros países, principalmente dos subdesenvolvidos, para ter uma opinião. 
Viu-se como a ‘Laudato sí’ tinha guiado realmente a reflexão de muitas delegações. Chegamos a um acordo, que não é certamente perfeito, mas compromete cada parte e todos os países a fazerem alguma coisa e a elaborarem planos para mudar a situação.” (MJ)

 

 

 

 

 

 








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