Bula do Ano Santo recorda o Concílio Vaticano II


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje do Ano da Misericórdia e os 50 anos de encerramentodo Concílio Vaticano II.

Da mesma forma como João XXIII ao convocar e abrir o Concílio Vaticano II usou expressões como "aggiornamento", "abrir as janelas para que entre ar fresco na Igreja", também o Papa Francisco insiste na abertura desta porta, conclamando a Igreja a retomar com entusiasmo o caminho missionário, saindo de si mesma e indo às periferias da existência. Na edição de hoje de nosso programa, o Padre Gerson Schmidt nos traz a reflexão "A Bula do Ano da Misericórdia recorda o Concílio":

"O Papa, na Bula da Proclamação do Ano Santo da Misericórdia, faz algumas importantes declarações, recordando o momento importante do concílio Vaticano II, na legítima intenção dos Papas do Concilio:

“Voltam à mente aquelas palavras, cheias de significado, que São João XXIII pronunciou na abertura do Concílio para indicar a senda a seguir: “ Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade. (…) A Igreja Católica, levantando por meio deste Concílio Ecumênico o facho da verdade religiosa, deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados”. E, no mesmo horizonte, havia de colocar-se o Beato Paulo VI, que assim falou na conclusão do Concílio: “Desejamos notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade. (...) Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio. (…) Uma corrente de interesse e admiração saiu do Concílio sobre o mundo atual. Rejeitaram-se os erros, como a própria caridade e verdade exigiam, mas os homens, salvaguardado sempre o preceito do respeito e do amor, foram apenas advertidos do erro. Assim se fez, para que, em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança; para que o Concílio falasse ao mundo atual não com presságios funestos, mas com mensagens de esperança e palavras de confiança. Não só respeitou mas também honrou os valores humanos, apoiou todas as suas iniciativas e, depois de os purificar, aprovou todos os seus esforços. (…) Uma outra coisa, julgamos digna de consideração. Toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem, em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades” – Palavras de João XXIII recordas pelo Papa Francisco nesse ano da misericórdia. E continua Francisco: “Com estes sentimentos de gratidão pelo que a Igreja recebeu e de responsabilidade quanto à tarefa que nos espera, atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia” (Misericordiae Vultus, BULA DE PROCLAMAÇÃO, DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA).

Importante e oportuno aqui destacar essas palavras do Papa Francisco, recordando João XXIII, que abriu o Concílio em 11 de Outubro de 1962. Nesse Discurso de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, na alocução solene Gaudet Mater Ecclesia, quando disse assim: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”. Ou seja, que o mundo contemporâneo está realmente necessitando mais descobrir o rosto de um Deus que é Pai do que a aparência rude de um Juiz, descobrir mais a misericórdia da parábola do Bom Samaritano, que acolhe o ferido, do que a sentença da Parábola do Juízo Final que exorta à conversão, embora ambas as parábolas sejam de igual maneira Palavra de Deus.

Igualmente o Papa Francisco recorda a Alocução na última sessão pública de Paulo VI, de 7 de Dezembro de 1965, que, concluindo o Concílio, disse assim: “Desejamos notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade. (...) Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio”. Paulo VI lembrou que, em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança, para que o Concílio falasse ao mundo atual não com presságios funestos, mas com mensagens de esperança e palavras de confiança”. Ambos os Papas do Concilio, tanto o que abriu e o que concluiu, usaram um mesmo termo: “remédio”. Mais do que uma espada afiada da Verdade, o mundo hoje precisa de remédio, do bálsamo do perdão, do azeite e do vinho que o Bom Samaritano derramou sobre as feridas daquele que caiu nas mãos dos assaltantes".








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