2016-06-13 10:01:00

Semana do Papa de 6 a 12 de junho


Nesta “Semana do Papa” destaque para o Jubileu dos Doentes e Pessoas Portadoras de Deficiência neste Ano Santo da Misericórdia. Atenção também para a audiência geral e a Missa em Santa Marta.

A bateria do cristão para fazer luz é a oração

Terça-feira, 7 de junho – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a bateria do cristão para fazer luz é a oração. O Santo Padre assinalou ainda que o sal é para o cristão dar sabor à vida dos outros com o Evangelho.

Comentando o Evangelho do dia, Francisco, na sua homilia, falou de luz e sal e observou que ambos são para dar aos outros. Desde logo, a luz, que precisa de uma bateria – e essa é a oração:

“Qual é a bateria para fazer a luz? É simplesmente a oração. Tu podes fazer tantas coisas, tantas obras, mesmo obras de misericórdia, tu podes fazer tantas coisas grandes para a Igreja – a universidade católica, um colégio, um hospital... – e podem-te fazer até um monumento como benfeitor da Igreja, mas se tu não rezas, isso será um pouco obscuro . Quantas obras tornam-se escuras por falta de luz, por falta de oração. Aquilo que mantém, que dá vida à luz cristã, aquilo que ilumina é a oração”.

Entretanto, o outro elemento, o sal, não é para o cristão guardar para si próprio – disse o Papa – mas para ser dado. É a atitude de dar: dar sabor à vida dos outros, “dar sabor com tantas coisas com a mensagem do Evangelho” – disse o Santo Padre.

Em Caná nasce a fé da Igreja

Quarta-feira, 8 de junho – na audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco falou sobre o primeiro sinal de misericórdia de Jesus nas Bodas de Caná da Galileia.

E a propósito de bodas, o Santo Padre, antes da sua catequese, saudou um grupo de casais que celebram 50 anos de matrimónio dizendo-lhes que “esse sim é que é o vinho bom da família, o vosso é um testemunho que os jovens casais devem aprender. Obrigado pelo vosso testemunho” – disse o Papa.

Partindo do Evangelho de S. João o Santo Padre propôs uma catequese sobre o primeiro milagre de Jesus, o primeiro sinal de Jesus, que tal como denomina o Evangelista S. João é uma “porta de entrada onde estão escritas palavras e expressões que iluminam todo o mistério de Cristo e abrem o coração dos discípulos para a fé” – referiu Francisco.

Durante as Bodas de Caná, Nossa Senhora exorta os servos a fazerem tudo o que Jesus lhes disser que, como disse o Santo Padre, “são a sua herança que entrega a todos nós”:

“As palavras que Maria dirige aos servos vêm coroar o quadro esponsal de Caná: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. É curioso, que são as suas últimas palavras reportadas no Evangelho: são a sua herança que entrega a todos nós.”

Esta recomendação da Mãe de Jesus estende-se a todos os discípulos de Jesus, que são transformados em família de Deus e chamados a participar nas Bodas onde o vinho novo da graça nunca chega a faltar – afirmou o Papa:

“Em Caná os discípulos de Jesus tornam-se a sua família e nasce a fé da Igreja. Àquelas núpcias todos nós somos convidados, para que o vinho novo não venha mais a faltar.”

As atitudes dos cristãos

Sexta-feira, 10 de junho – o Papa Francisco em Santa Marta afirmou que a vida do cristão pode assumir três atitudes: estar de pé para acolher Deus, estar em paciente silêncio e estar em saída para anunciar Deus aos outros. O Santo Padre concentrou-se na figura do Profeta Elias proposta pela liturgia do dia.

Francisco acentuou ainda que estar de pé e em caminho procurando ouvir e sentir o silêncio sonoro de Deus são as condições para a saída em missão. A fé – assinalou – é “para ir dá-la aos outros, para ungir os outros, para a missão.”

 

Com as Igrejas Reformadas testemunhar a misericórdia

Também na sexta-feira dia 10 de junho o Papa Francisco recebeu em audiência uma delegação da Direção da Comunidade Mundial das Igrejas Reformadas a quem afirmou que todos os cristãos devem estar unidos em testemunhar a misericórdia num mundo que vive como se Deus não existisse.

O Santo Padre salientou que a fé “empurra-nos a viver a caridade mediante gestos concretos” e a “testemunhar o amor misericordioso de Deus, verdadeiro antídoto perante a indiferença que parece circundar-nos.”

O Papa considerou ainda ser necessário um ecumenismo que promova uma comum missão de serviço, tendo sublinhado que as comunidades cristãs devem inspirar “fraternidade, encontro, solidariedade, amor genuíno e desinteressado”.

Amar apesar de tudo

Domingo, 12 de junho, Jubileu dos Doentes e Pessoas Portadoras de Deficiência – na Missa na Praça de S. Pedro o Papa afirmou o valor de “amar apesar de tudo”. O Santo Padre sublinhou o facto de tantas pessoas com deficiência e enfermas se reabrirem à vida, logo que descobrem que são amadas.

Segundo o Santo Padre, muitas vezes, a atitude humana é a de confiar apenas nas descobertas da ciência, considerando que “é impossível ser feliz uma pessoa enferma ou deficiente, porque incapaz de realizar o estilo de vida imposto pela cultura do prazer e da diversão”.

No entanto – realçou o Papa – “é grande a ilusão em que vive o homem de hoje, quando fecha os olhos à enfermidade e à deficiência! Não compreende o verdadeiro sentido da vida, que inclui também a aceitação do sofrimento e da limitação” – disse o Papa salientando que “o mundo não se torna melhor quando se compõe apenas de pessoas aparentemente «perfeitas», mas quando crescem a solidariedade, a mútua aceitação e o respeito entre os seres humanos.”

O Papa Francisco referiu ainda na sua homilia a leitura do Evangelho que nos fala da mulher pecadora e marginalizada que Jesus acolhe e defende “porque muito amou”. Jesus está atento às lágrimas e ao sofrimento daquela mulher: “a sua ternura é sinal do amor que Deus reserva àqueles que sofrem e são excluídos”. “Amar apesar de tudo” – sublinhou o Papa.

“Quantas pessoas com deficiência e enfermas se reabrem à vida, logo que descobrem que são amadas” mesmo que seja só através de um sorriso – recordou o Santo Padre salientando que “Jesus, na sua paixão, amou-nos até ao fim”, pois na “cruz, revelou o Amor que se dá sem limites”.

Angelus no Jubileu dos Doentes

No Angelus deste domingo dia 12 de junho pronunciado logo a seguir à Missa do Jubileu dos Doentes o Papa Francisco recordou dois novos beatos italianos: o padre Giacomo Abbondo que viveu no século XVIII proclamado beato em Vercelli neste sábado dia 11; e a Beata Carolina Santocanale, fundadora da Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, proclamada em Monreale neste domingo dia 12.

Referências importantes do Santo Padre no Angelus, para os doentes de lepra e para o Encontro Internacional que se realizou em Roma sobre a luta contra a lepra, e ainda uma referência importante de Francisco para o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.

Em especial, por ocasião do Jubileu dos Doentes, o Papa Francisco saudou todos os doentes e pessoas portadoras de deficiência presentes e também os médicos e técnicos de saúde que se empenharam na iniciativa “Pontos da Saúde”:

“Agradeço de modo especial a vocês que quiseram estar presentes na vossa condição de doença ou deficiência. Um agradecimento sentido aos médicos e técnicos de saúde que, nos “Pontos da Saúde” organizados nas quatro basílicas papais, estão a oferecer consultas especializadas a centenas de pessoas que vivem a marginalização da cidade de Roma.”

E com Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 6 a 12 de junho. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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