Os restos mortais de Carmen Pereira, antiga Combatente da Liberdade da Pátria foram a enterrar quarta-feira à tarde no Cemitério Municipal de Bissau.
Antes, o corpo de Carmen Pereira esteve em Câmara Ardente na Sede do Parlamento, passou pela Sede do PAIGC e foi rezada Missa do Corpo Presente na Sé Catedral pelo Vigário-Geral da Diocese de Bissau.
Falecida aos 79 anos, vítima de indisposição súbita, Carmen Pereira foi Presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) da Guiné-Bissau, a segunda figura do estado, cargo que a levou a ser Presidente da República interina em 1984, substituindo Nino Vieira alguns dias na presidência do País.
Foi a 1ª Mulher africana a desempenhar o cargo de Presidente da República no continente e a única até agora na história da Guiné-Bissau.
Por estas e várias outras funções Carmen Pereira é considerada uma figura ímpar na história da Guiné-Bissau.
O PAIGC homenageou a malograda. O Presidente do Partido destacou o perfil de Carmen Pereira ou Tia Carmen como era chamada de uma combatente fiel aos ideais do PAIGC.
Carlos Correia Primeiro-Ministro deposto e Combatente da Liberdade da Pátria lembrou as qualidades de Carmen Pereira.
Carmen Pereira morreu numa altura em que o PAIGC está dividido e em que o Presidente da República e a Direção do Partido estão de costas voltadas.
A Direção do Partido reclama a legitimidade da formação do novo governo, que agora é liderado por Baciro Djá em rota de colisão com a Direção do PAIGC.
A situação levou um grupo de membros do antigo governo a barricar no Palácio do Governo há mais de uma semana em sinal de protesto.
Carmen Pereira esteve algumas horas com este grupo de antigos governantes.
Só que agora a situação está complicada para os barricados, porque as forças da ordem instaladas no local impediram a entrada de alimentos.
Esta dificuldade começou a ser sentida há três dias. À comissão de líderes religiosos em missão de bons ofícios foi permitida apenas a entrega da água.
Estão sem comida.
Dias anteriores, segundo Cadi Seidi ex-ministra da Saúde as forças da ordem não permitiram a entrada de medicamentos para as pessoas com problemas de hipertensão e que a Ambulância da Ecomib força de estabilização da CEDEAO também foi impedida de entrar para dar assistência.
Indira Correia Baldé, em Bissau
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